Segundo a Prefeitura do Rio, cerca de 1,5 mil profissionais participaram do protesto, mas para a categoria foram pelo menos 3 mil. O protesto dos taxistas durou 6 horas.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Taxistas, Marcos Bezerra, os profissionais de táxis não são contra o uso da tecnologia no atendimento ao público, mas querem proibir o aplicativo Uber, pois se trata de prática ilegal do serviço de táxi.
“Nós não somos contrários, de forma alguma, à modernidade. Tanto que hoje nós temos veículos modernos que trabalham com aplicativo regulamentado. Nós somos a favor da tecnologia, mas que ela seja feita dentro do carro regulamentado, dentro da categoria. Quem tem que prestar serviço de taxista é taxista.”
A Prefeitura do Rio apoia os taxistas, e o secretário Municipal de Transportes, Rafael Picciani, disse à imprensa que não vai regulamentar o serviço do Uber, e nem de nenhum outro aplicativo do gênero, e que vai entrar na Justiça contra a empresa. “Essa é uma manifestação que vai para além de combater a pirataria, ela é a favor dos taxistas. É importante a Prefeitura entender não só aquilo que vem concorrendo ilegalmente com o taxista, que nós estamos tomando as providências necessárias, levando à Justiça, já que o Ministério Público entendeu que não era só prerrogativa apurar essa questão. Mas nós entendemos que uma empresa que tem registro em tecnologia e se financia através do transporte de passageiros é ilegal, já que a prerrogativa de regulamentar o serviço de transporte de passageiros é do município. Então, nós estamos tomando as providências no aspecto jurídico de combate a esse aplicativo e essas modalidades que nós julgamos ilegais, e ouvindo a população e os taxistas no que nós podemos oferecer ao taxista de melhoras.”
Além de combate ao Uber, o Secretário Picciani prometeu ainda para a categoria investimentos tecnológicos e de qualificação dos taxistas para melhorar o atendimento para a população, já que os usuários estão sinalizando que recorrem à concorrência por ela oferecer mais qualidade de serviço.
“A Prefeitura está trabalhando no desenvolvimento de uma plataforma tecnológica que dê aos usuários e aos taxistas essa ligação, já que a tecnologia hoje faz parte da concorrência, e é natural que a gente dê esse suporte aos taxistas, como identificar os pontos onde os profissionais precisam se requalificar, se reciclar, onde a gente precisa desburocratizar e diminuir os custos. Hoje o taxista leva de 25 a 30 dias do ano para poder regularizar a sua situação, são 25 a 30 dias a menos de faturamento para esse profissional, e é isso que nós não queremos.”
De acordo com o Rafael Picciani, foram concedidas no Rio 33 mil autonomias a motoristas para trabalhar com táxis.
Já a Comissão de Combate à Pirataria da Assembleia Legislativa do Rio informou que vai colocar em votação na primeira semana de agosto um projeto de lei que prevê a proibição dos aplicativos de transporte de passageiros, como o Uber e o Resolve Aí. Segundo o presidente da Comissão, Deputado Dionísio Lins (PP), o projeto já conta com o apoio de 45 assinaturas de parlamentares contra os aplicativos.