Na noite da quinta para a sexta-feira, cerca de 3 mil táxis bloquearam estações ferroviárias e aeroportos para expressar o seu protesto contra a "concorrência selvagem" por parte do Uber. Segundo várias fontes locais, houve casos de carros e pneus incendiados.
Mesmo assim, François Hollande apoiou a causa dos taxistas dizendo que o aplicativo de carona deveria ser reconhecido como ilegal:
"UberPop deve ser dissolvido e declarado ilegal, e deve ser estabelecida e realizada a apreensão dos veículos".
A greve geral já terminou, mas nesta sexta-feira, vários taxistas resolveram não retomar a atividade profissional.
Tensão no Brasil
Diferentemente da França, no Brasil não houve pneus incendiados. Houve audiência na Câmara Municipal de Belo Horizonte por iniciativa dos taxistas. O aplicativo Uber só tem funcionado nesta cidade por oito meses, mas já vira alvo de ataque por parte dos taxistas convencionais, que o acusam de concorrência injusta.
A principal exigência dos permissionários é que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) seja revisto para combater "transporte clandestino".
Irregularidade incombatível
Tanto na França, como no Brasil, como em outros lugares da Europa e do mundo, a atuação do Uber gera polêmica, principalmente por ser uma opção de pegar carona sem registro oficial. Por isso, fica desonerado e pode prejudicar a situação dos permissionários.
Porém, as autoridades de transporte reconhecem que ainda não há a base legal para ilegalizar os serviços de "transporte clandestino".
Contudo, o descontento principal vem do prejuízo que sofreram as empresas de táxi com o advento da carona norte-americana. Segundo umas fontes, um dos motivos da manifestação francesa da quinta-feira foi o protesto contra a strartup norte-americano que prejudica os condutores europeus.
A Uber foi oficialmente ilegalizada na França em outubro de 2014, mas até agora, tem conseguido prestar seus serviços.
Além da França, houve protestos contra Uber na França e na Alemanha — por exemplo, em 2014.
Nos EUA, a Uber foi alvo de um escândalo após um passageiro ter atirado contra um assaltante que viu da janela do carro. Depois disso, a Uber proibiu aos passageiros dos seus carros portarem armas.
Já na Rússia, a Uber não experimenta nenhum problema, disse à Sputnik Brasil Evgenia Shipova, do serviço russo da startup. Segundo ela, "não há nenhuma exclusividade": os condutores da Uber na Rússia podem trabalhar com outros serviços de carona e táxi.