Segundo o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Rogozin, o documento abrange seis direções — o Atlântico, o Ártico, o Pacífico, o Índico e uma nova — a Antártida. A nova doutrina deve fortalecer as posições do país para garantir a segurança dos interesses estratégicos no plano naval.
"Uma parte importante da política naval nacional na direção regional do Pacífico é o desenvolvimento de relações amistosas com a China, bem como o desenvolvimento de uma interação positiva com outros Estados da região", — declarou um representante do serviço de imprensa do presidente russo. No Oceano Índico, o documento aponta para o desenvolvimento de relações amistosas com a Índia.
O perito Shishun Shen, do Instituto de Estudos Internacionais, diretor do Centro para o Estudo do Pacífico do Sul observou em entrevista à Sputnik que a Rússia e a China, tal como outros países, estão prestando cada vez mais atenção aos oceanos, especialmente para a proteção dos seus direitos e interesses marítimos, para o aumento da potência das suas marinhas. De acordo com o especialista, este fato cria uma base para a cooperação naval entre a Rússia e a China.
O desenvolvimento da cooperação entre a Rússia e a China no mar é de importância global. Mas acima de tudo, ela tem um significado construtivo para os dois países. Seja qual for a forma em os dois países estão desenvolvendo a cooperação militar, a Rússia e a China enfatizam que ela não é dirigida contra países terceiros.
No futuro, em caso de necessidade, a Rússia e a China podem ainda reforçar a sua cooperação. Além disso, a importância da cooperação vai além das relações bilaterais e tem uma certa influência à escala global e regional.
A nova edição da Doutrina Naval prevê um alto nível de cooperação no mar com os parceiros da Rússia mais importantes da Ásia — não só com a China, mas também com a Índia. Até o fim desse ano, os militares russos e indianos realizarão no Oceano Índico os exercícios conjuntos Indra Navy-2015. Este mês, em Vladivostok, representantes da Frota do Pacífico e os chefes da Marinha da Índia discutirão questões de organização e planejamento, os prazos e áreas de manobras conjuntas.
A agenda intensa de interação entre as marinhas russa e chinesa
Em maio no Mar Mediterrâneo foram realizados os exercícios navais conjuntos sino-russos "Cooperação Naval — 2015". Eles tornaram-se uma importante demonstração da prontidão das Forças Armadas russas e chinesas de operar longe de seu próprio território, realizando uma missão comum. Em agosto deste ano, os marinheiros russos e chineses vão mais uma vez provar as vantagens do trabalho conjunto, desta vez no Oceano Pacífico. Nos exercícios conjuntos no Mar do Japão vão participar cerca de 20 navios de guerra e embarcações de apoio de várias classes, bem como aviões e helicópteros da aviação naval.
"As razões para adotar uma nova doutrina têm a ver com as alterações da situação política internacional e com o fortalecimento objetivo da Rússia como grande potência naval", declarou o vice-primeiro-ministro Dmitry Rogozin aos jornalistas.