“As preocupações só deverão ocorrer se o país merecer, pelo menos, duas avaliações negativas”, afirma o especialista da FGV-RJ. “As notas destas agências sinalizam se um país conserva a sua capacidade de pagamentos e se as aplicações de recursos dos investidores estão tendo sucesso. Se esta avaliação é positiva, o grau de investimento do país é mantido. Mas se a avaliação for negativa, o país é visto com preocupações.”
O Professor Patrick Behr também analisou a interpretação dada pelo Governo à nota BBB- conferida pela Standard & Poor's, de que ela deva provocar no Congresso Nacional a aprovação das medidas consideradas necessárias ao ajuste fiscal:
“Eu concordo com esta interpretação [do Governo]. Se o Brasil não conseguiu cumprir metas e um ajuste fiscal se faz necessário, nada mais indicado do que o Congresso compreender a necessidade do Governo de manter o país em condições de assegurar o grau de investimento. Perder esta condição é muito ruim para qualquer país. E o Brasil, que conserva o grau de investimento, não tem razões para perdê-lo. Por enquanto, o Brasil como país não foi rebaixado pela Standard & Poor's. O que a agência baixou foi a perspectiva do Brasil.”
As agências costumam atribuir letras – A, B, C e D – a estas análises. Segundo o Professor Patrick Behr, cada uma das três grandes agências internacionais (Standard & Poor's, Fitch Ratings e Moody’s) têm critérios próprios para a aplicação destas letras e a forma como são aplicadas. Para a S&P e a Fitch Ratings, a melhor classificação é AAA, e a pior, D. Para a Moody’s, a pior classificação é C. Para as três agências, notas como BBB- ou Baa3 mantêm os países em análise na condição de "grau de investimento". Já os países com notas inferiores recebem a classificação de "grau de especulação".