O documento de 32 páginas, intitulado “Uma Breve História do Califado do Estado Islâmico, o Califado conforme o Profeta”, é escrito em urdu, língua paquistanesa, e revela uma estratégia para fazer os EUA participarem de uma guerra global através de um atentado terrorista na Índia.
Além disso, o documento relata vários roteiros de ataques aos soldados norte-americanos que iriam se deslocar desde o Afeganistão, assim como também a políticos – tanto os diplomatas estadunidenses, como funcionários públicos paquistaneses.
Jihadismo global
Segundo a mídia, o texto foi passado para o Instituto Americano da Mídia (AMI, instituição de jornalismo investigativo) por um cidadão paquistanês ligado ao Talibã do Paquistão. O AMI informa que o documento foi examinado pela CIA, e agora já pode-se dizer que o texto maneja uma linguagem muito parecida à linguagem que usa o Estado Islâmico.
Uma das peculiaridades deste plano é a inclusão do Talibã e Al-Qaeda nas atividades do Estado Islâmico, movimento extremista reconhecido como organização terrorista e proibido na Rússia e uma série de outros países.
O Estado Islâmico e o Talibã têm sido movimentos adversários no Oriente Médio, chegando até a anunciar jihad (guerra sagrada) um contra outro.
Se o documento for verídico e realmente refletisse as aspirações do movimento terrorista mais temível no mundo atual, as tensões na região podem aumentar. Isso significaria a criação de um exército jihadista internacional, unindo até aqueles muçulmanos radicais que antes não eram admitidos no Estado Islâmico, grupo islamista mais severo e com regras mais rígidas até agora.
Armadilha
O plano descrito na “Breve História” prevê um ataque terrorista em algum lugar na Índia, com o intuito de atrair as forças dos EUA. No caminho da Índia, as tropas estadunidenses estariam sendo eliminadas pelo exército terrorista. Os EUA teriam que responder militarmente, o que provocaria mais um conflito armado na região.
“Mesmo se os EUA tentarem atacar com todos os seus aliados, — o que eles farão, sem dúvida, — a ummah [comunidade islâmica que abrange todos os muçulmanos do mundo] estará unida, o que resultará na batalha final”, reza o documento.
Os EUA participam de operações militares contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Em breve, podem também ajudar a Turquia a combater os islamistas na sua fronteira com a Síria. Vários especialistas têm observado que a estratégia do país no combate a este grupo terrorista é pouco eficaz.