O crescimento da pré-candidatura de Donald Trump tem surpreendido vários cientistas políticos, porque o magnata tem produzido declarações consideradas desastrosas e ofensivas. Suas maiores ofensas têm sido dirigidas aos hispânicos e, em especial, aos mexicanos. Num de seus últimos comentários, Trump afirmou que “os mexicanos só vêm aos Estados Unidos para trazer drogas e cometer vários crimes”.
A senadora mexicana Blanca Alcalá, presidente do Parlatino (o Parlamento Latino-Americano, instituição sediada no Panamá), tem reagido com vigor às ofensas de Trump contra os mexicanos. Em recente entrevista, ela afirmou: "Como mexicana, reprovo estas terríveis e altamente condenáveis declarações do Sr. Donald Trump. Além de insultar os mexicanos constantemente, ele esquece que os mexicanos, forçados a ir para os Estados Unidos, trabalham muito por este país e contribuem bastante para o seu fortalecimento. O Sr. Donald Trump precisa saber que todos os seres humanos, independentemente de suas nacionalidades, merecem ser tratados com respeito e dignidade. A próxima reunião do Parlatino debaterá os posicionamentos do Sr. Donald Trump e tomará as decisões necessárias.”
“Eu não vejo com muita força a pré-candidatura de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, como candidato do Partido Republicano, porque ele não tem conseguido muitas doações diretas de pessoas físicas ou mesmo de empresas. Boa parte das doações é feita por ele mesmo para a sua própria campanha. Ele já vem tentando se colocar como candidato republicano há algum tempo e não consegue. Boa parte daquilo que ele coloca são bravatas, e não passam de tentativas de atrair um eleitorado mais conservador.”
Em relação aos insultos de Trump aos mexicanos, Lucas Leite comenta:
“Donald Trump foi extremamente infeliz. Ele tem produzido declarações racistas e xenófobas que afetam diretamente a população que mais cresce atualmente nos Estados Unidos, a hispânica. Nas próximas décadas, esta população vai crescer mais ainda. Portanto, o que ele está fazendo neste momento é piorar ainda mais a sua imagem perante a população de forma geral. Ele se tornou um personagem muito mais caricatural do que, necessariamente, um candidato forte para disputar as eleições primárias do Partido Republicano.”
“Talvez ele até esteja falando um pouco para dentro do Partido Republicano, para as suas alas mais conservadoras e para aquelas mais ligadas ao Tea Party. Mas, mesmo essas alas não têm sido capazes, sozinhas, de impulsionar um candidato que tenha força suficiente para derrotar o Partido Democrata. Neste sentido, se pensarmos em Jeb Bush ou mesmo em Marco Rubio, estes dois pré-candidatos dos republicanos têm maior apelo junto à população hispânica. Especialmente Jeb Bush.”
Lucas Leite considera que Jeb Bush é, hoje, o candidato ideal para o Partido Republicano disputar a Presidência dos Estados Unidos com o Partido Democrata:
“Ele é o mais sensato, mais moderado e mais ponderado dentre os pré-candidatos. É casado com uma hispânica, fala em espanhol com os membros desta comunidade e sabe como se comportar em público.”
Jeb Bush é filho e irmão de presidentes dos Estados Unidos, George Bush e George Walker Bush, respectivamente. No caso de eventual eleição de Jeb, os Bush registrariam um feito inédito na história do país: três membros da família (pai e dois filhos) alçados à Presidência da República.
Donald Trump, o polêmico magnata pré-candidato do Partido Repúblicano, nasceu em Nova York em 14 de junho de 1946. Tem 69 anos e é dono de uma fortuna avaliada em 4,1 bilhões de dólares. Além de apresentador de um reality show (‘O Aprendiz’), Trump é dono de vários empreendimentos, principalmente imobiliários, e das concessões de três famosos concursos de beleza: Miss Universo, Miss Estados Unidos e Miss Adolescente dos Estados Unidos. Entre as pessoas mais ricas do mundo, ele ocupa a posição de número 278.