Na quinta-feira passada, o representante oficial do Ministério da Defesa da China, Yang Yujun, declarou que o país iria continuar os contatos com os seus colegas e militares dos EUA e do Japão, inclusive convidando-os para participarem da Parada da Vitória na capital chinesa, a celebrar daqui a exatamente um mês.
A participação de tropas estadunidenses da parada na praça Tiananmen seria um preparativo bastante prometedor para a visita que o presidente da China, Xi Jinping, planeja fazer aos EUA no dia seguinte, 4 de setembro.
Quanto ao Japão, em março deste ano Yoshihide Suga, secretário-geral do gabinete, confirmou que efetivamente houve tal convite. Até agora, não se sabe se o governo japonês tomou alguma decisão a este respeito.
Contudo, é possível, sim, uma visita do primeiro-ministro japonês à China. Valery Kistanov, do Instituto do Extremo Oriente russo, compartilhou com a Sputnik que o governo do Japão está estudando uma opção de compromisso, conforme o exemplo de Angela Merkel:
“Ela [a chanceler alemã, Angela Merkel] foi a Moscou em 10 de maio, em vez de 9 de maio, e teve um encontro bilateral com [o presidente russo, Vladimir] Putin. Pois, elas [fontes locais] dizem que [o primeiro-ministro japonês] Shinzo Abe não irá a Pequim em 3 de setembro, para participar das cerimônias e solenidades da Parada, mas mais tarde, para encontrar-se com Xi Jinping”.
A presença das autoridades japonesas na parte cerimonial das celebrações do Dia da Vitória na China poderia significar que o Japão reconhece ter perdido a Segunda Guerra Mundial. Ou seja, segundo disse à Sputnik Zhang Yuechun, diretor do Centro de Economia Mundial e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa de Problemas Internacionais da China, o 3 de setembro chinês é “o dia da derrota” para o Japão, que celebra em 15 de agosto o Dia do Fim da Segunda Guerra Mundial – assim mesmo, sem “vitórias” nem “derrotas”.
O presidente russo já confirmou a sua presença nas celebrações do Dia da Vitória em Pequim. Os líderes dos países-membros da Organização para Cooperação de Xangai (SCO) também estarão presentes.