O presidente da Generalitat (governo da região autonômica espanhola de Catalunha) prepara-se para anunciar oficialmente a data das eleições antecipadas. O dia é já conhecido – 27 de setembro, duas semanas depois da festa tradicional da Catalunha.
A mídia local sublinha que o anúncio de hoje servirá para acalmar as tensões com o governo central da Espanha, que não quer perder esta região autonômica, responsável pela quinta parte do PIB nacional. Além disso, o decreto não terá nenhuma referência ao caráter “plebiscitário” das eleições.
Artur Mas tem afirmado que, caso ele vença mesmo as eleições, terá 18 meses para tornar a Catalunha um Estado independente, separando-a da Espanha.
A causa soberanista está em voga na Catalunha depois da primeira eleição de Artur Mas, do partido Convergència Democrática de Catalunya (CDC). Em novembro de 2014, o seu governo convocou um referendo de independência, que ficou na história como um evento simbólico. Ao contrário do referendo celebrado um pouco antes na Escócia, não foi reconhecido como constitucional. Porém constituiu a escusa para anunciar eleições antecipadas.
Já em meados de julho de 2015, foi criada a chamada “lista unitária”, uma candidatura coletiva às eleições que uniu o CDC e o partido Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), encabeçado por Oriol Junqueras.
A tendência soberanista do CDC, ERC e outros simpatizantes da independência desta região espanhola é criticada pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy (do Partido Popular), que tem reiteradamente afirmado que a Catalunha “sempre será Espanha”.