A meta do Ministério da Saúde é de que o Brasil passe de 374 mil para 600 mil médicos até 2026, atingindo a meta de 2,7 médicos por mil habitantes, o mesmo número do Reino Unido, que, depois do Brasil, tem o maior sistema de saúde pública de caráter universal.
A OMS – Organização Mundial de Saúde reconheceu os resultados do Mais Médicos no país. Segundo o coordenador da Unidade Técnica Mais Médicos da OPAS/OMS – Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil, Renato Tasca, que trabalha em parceria com os Ministérios da Saúde e Educação para atender a meta de levar médicos e atenção primária a todo o Brasil, o Programa Mais Médicos vai fortalecer o Sistema Público de Saúde.
O Programa Mais Médicos foi lançado pelo Governo Federal em julho de 2013, com a finalidade de levar médicos às regiões mais carentes do país. A prioridade era preencher as vagas do Programa com médicos brasileiros, sendo as restantes ocupadas por profissionais estrangeiros ou brasileiros formados no exterior.
Na ocasião, a possibilidade do Governo de contratar profissionais estrangeiros gerou muita polêmica, principalmente sobre a contratação de médicos cubanos. A Presidenta Dilma Rousseff participou da celebração dos 2 anos do Mais Médicos e em discurso agradeceu especialmente a participação dos profissionais cubanos no Programa.
Segundo Dilma, essa parceria ajudou a estreitar laços entre Cuba e Brasil. "Os médicos que vêm de fora, dos outros países, participam de forma solidária conosco. Tenho a obrigação de me referir à participação de médicos cubanos, que deram mostra, junto com o Governo cubano, de solidariedade, profissionalismo, atendimento absolutamente humanizado. E quero agradecer-lhes dizer que os médicos cubanos estreitaram as relações entre o Brasil e Cuba, e são responsáveis por uma relação que hoje não está concentrada, está distribuída por todo o território nacional", disse Dilma.
Além de defender a participação de médicos estrangeiros no Programa, a presidente ressaltou o aumento crescente do número de médicos brasileiros em aderir ao Mais Médicos. “Continuamos defendendo médicos formados no exterior para garantir o atendimento. No entanto, o engajamento dos médicos brasileiros vem sendo crescente. Na seleção que fizemos este ano, todas as vagas foram preenchidas por brasileiros. Isso é algo a comemorar, porque mostra efeito extremamente positivo do Mais Médicos.”
Segundo o Governo, das 4.139 vagas abertas este ano, 15.747 médicos brasileiros se inscreveram e 100% das vagas foram ocupadas pelos profissionais, que estão presentes também agora em todo o território nacional.
Já o ministro da Saúde, Arthur Chioro, fez um balanço dos resultados obtidos nesses 2 anos do Mais Médicos e chamou a atenção para o aumento de consultas realizadas e a redução do número de internações, desde a implantação do Programa no país, que foca na humanização do atendimento.
“O Programa Mais Médicos não foi criado só para aumentar o número de médicos”, disse o ministro. “Também para aumentar o número de médicos, mas fundamentalmente para garantir qualidade do atendimento, o compromisso, a humanização do atendimento. Para 85% dos entrevistados numa pesquisa feita pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, melhorou a qualidade do atendimento. Para 87%, o médico é mais atencioso. Para 82%, melhorou a resolução dos problemas da sua consulta. Quando todos criticam tanto a saúde, o Programa Mais Médicos obtém uma nota 9. 55% dos entrevistados em todo o país deram nota 10 para o Programa Mais Médicos.”
Durante o evento, os ministros da Saúde, Arthur Chioro, e da Educação, Renato Janine, assinaram uma portaria que prevê o lançamento da regulamentação nacional dos contratos organizativos de ação pública de ensino e saúde, que vão permitir o desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem e formação no âmbito do SUS. Foi anunciada ainda a criação de mais 3 mil bolsas de residência médica no país, chegando a 7.742.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, 75% das vagas serão usadas para ampliar a formação de médicos especialistas em medicina geral de família e comunidade. A prioridade é atender as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para cobrir o déficit de médicos nessas áreas.
O ministro da Educação, Renato Janine, chamou a atenção para o fato de que em 2 anos foram criados 50 novos cursos de medicina, com 5,3 mil novas vagas. Já são 4,7 mil vagas ocupadas de residência médica.
Janine destacou a meta do Governo de cada vez mais levar os profissionais de saúde para o interior do país. “Nós estamos procedendo uma grande interiorização das faculdades de Medicina. O Brasil ainda é um país que está muito focado no litoral e muito focado nas capitais, raros são os Estados que têm um interior desenvolvido, raros são os Estados afastados do Oceano Atlântico que têm um desenvolvimento grande. O que nós estamos fazendo é um avanço significativo para o interior, para dentro, e isso se reflete nas vagas que temos.”
Até 2017, o governo pretende criar 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com foco em áreas prioritárias para o SUS.