O ex-chefe de Estado foi incluído na lista de procurados da Interpol e é acusado pelas novas autoridades ucranianas de peculato, abuso de poder e traição à pátria. O início de seu julgamento, à revelia, foi anunciado em 28 de julho pelo Procurador-Geral ucraniano Viktor Shokin.
De acordo com Shokin, um tribunal de Kiev aceitou as evidências no caso apresentado por seu gabinete e autorizou o processo de julgamento.
Yanukovich foi deposto do cargo de presidente da Ucrânia depois de um golpe de Estado em fevereiro 2014 que também acarretou uma mudança no legislativo do país. Depois de o Parlamento da Ucrânia, o Verkhovna Rada, ter sido atacado por manifestantes e o partido de Yanukovich ter sido neutralizado, houve uma votação para removê-lo do poder. Na época, o centro de Kiev foi tomado por manifestantes do movimento conhecido como Euromaidan e violentos confrontos com a polícia deixaram quase 100 mortos em um único dia – 20 de fevereiro de 2014.
Em abril do ano passado, as novas autoridades de Kiev começaram uma operação militar contra as regiões independentistas no leste da Ucrânia, que se recusaram a reconhecer as autoridades impostas pelo golpe em Kiev. Segundo estimativas da ONU, a guerra civil resultante já custou a vida de pelo menos 5.600 pessoas.