“Nós não vimos nenhum equipamento militar cruzando [a fronteira ucraniana] no ponto de controle fronteiriço de Donetsk e Gukovo”, disse Picard durante a coletiva de imprensa na cidade de Rostov, no sul da Rússia. Os monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também “nunca repararam pessoas cruzando a fronteira com armas. Os guardas de fronteira e o serviço alfandegário observam isso estritamente”, acrescentou Paul Picard.
Em total, segundo o chefe da missão da OSCE, cerca de 2,9 milhões de pessoas cruzaram a fronteira russo-ucraniana durante um ano de observações.
“Este fluxo continua, mas diminui”, acrescentou.
Segundo Picard, os monitores também observaram 21 caminhões com inscrição “cargo 200” ou simplesmente “200” [código usado na Rússia para se referir ao transporte de cadáveres] passando pelos pontos de Donetsk e Gukovo à Ucrânia e de Ucrânia desde dia 1 de setembro 2014. Implicando que estes caminhões transportavam restos humanos, o chefe da missão fronteiriça da OSCE não pôde confirmar o conteúdo de qualquer destes veículos ou mostrar fotos de tais marcações.
Os monitores também repararam 115 aeronaves, inclusive aviões, helicópteros e drones voando acima e perto dos postos de controle, mas não podem confirmar que algum deles na verdade cruzou a fronteira.
Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado que teve lugar em fevereiro de 2014 em Kiev.
O conflito já levou as vidas de pelo menos 6.832 pessoas, conforme os últimos dados da ONU.