A declaração parece ter chateado o Departamento de Estados dos EUA, que acusou o ministro russo de ter feito uma leitura tendenciosa das declarações de Obama. O alto representante da entidade, Mark Toner, disse que "na melhor das hipóteses trata-se de uma leitura seletiva, e na pior, de uma ignorância deliberada dos fatos".
Nas suas palavras, "desde 2009, o presidente [Obama] vem dizendo que o sistema de defesa antimísseis europeu é necessário para proteger os EUA e seus aliados contra mísseis balísticos do Oriente Médio. E o acordo com o Irã, caso seja totalmente implementado, solucionará apenas o problema das armas nucleares, mas não eliminará a ameaça representado pelos mísseis balísticos do Irã".
Não demorou muito para que o Irã deixasse de ser o principal motivo da criação de bases militares na Europa. Bruxelas já chegou a declarar que "o sistema de defesa antimísseis da OTAN não é voltado para a defesa contra qualquer país específico. Trata-se de uma defesa contra uma ameaça real e crescente, e para uma ameaça real nós precisamo de uma defesa real". Além disso, quando o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, a Agência de Defesa de Mísseis dos EUA, o Comando Europeu das Forças dos EUA na Europa, a Marinha dos EUA e o ministério da Economia da polonês apresentaram a base do sistema de defesa antimísseis na Polônia, a relativa declaração expondo as justificativas para a sua criação não continha qualquer menção ao Irã.
A diplomacia russa afirmou recentemente que a única ameaça para seu país é o escudo antimísseis global que os Estados Unidos tentam posicionar nas fronteiras europeias com a Rússia. A questão tem sido um dos maiores obstáculos nas relações entre Moscou e Washington nos últimos anos.
A Rússia considera que esses planos significam um risco para a segurança nacional e exige dos Estados Unidos garantias políticas de que o escudo antimísseis não levará riscos ao território russo. Em 2014, os Estados Unidos e, em seguida, a OTAN suspenderam o diálogo sobre o escudo antimísseis com Moscou baseados na crise ucraniana.