Em entrevista ao canal de televisão Rossiya-1, o ministro do Exterior russo Sergei Lavrov falou dos "padrões duplos" por parte dos parceiros ocidentais.
"Quando se tratou de eliminar as armas químicas, Assad era um parceiro perfeitamente legítimo, mas agora, para a luta contra o terrorismo, pelos vistos já não é”.
Enquanto isso, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), 97,8% dessas armas já foram retiradas do território sírio. A estimativa das autoridades é a de que o processo de destruição desse arsenal seja finalizado até setembro deste ano.
"Há muitas coisas estranhas, muitas especulações, tentam até apresentar a questão como se Assad praticamente cooperasse com o Estado Islâmico. Não há nada que prove isso. O senso comum diz que tal não pode acontecer", disse Lavrov.
"O regime de Assad francamente é a raiz de todo o mal nesta região… e tem sido um instrumento na criação de uma espécie de terra sem lei para norte, onde o EI tem sido capaz de se implantar e alargar as suas raízes."
Lavrov também sugeriu que os EUA poderiam tornar a luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico mais eficaz através de "de dois caminhos": a criação de uma ampla coalizão, proposta pelo presidente russo Vladimir Putin, e o apoio ao processo político.
"A iniciativa do nosso presidente interessa a todos. Ela prevê a criação de uma coalizão de pessoas que já conduzem combates em terra e que consideram o EI inadmissível. Em vez de saldar contas com alguém é preciso primeiramente combater a ameaça comum e depois chegar a um acordo sobre o modo de viver no seu próprio país."
O Estado Islâmico é um movimento extremista reconhecido como organização terrorista, proibido na Rússia e em uma série de outros países.