No encontro, que durou cerca de quatro horas, a presidenta apelou aos senadores para ajudá-la na votação de propostas de interesse do país. Ela não falou diretamente da atuação da Câmara, presidia por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo há três semanas e impôs na semana passada duras derrotas ao Palácio do Planalto.
Renan, que estava afastado do Planalto desde março, na esteira do seu envolvimento na Operação Lava Jato, tem sinalizado disposição para ajudar a presidente. Ele não compareceu ao encontro, embora tenha se reunido com Dilma na quinta-feira passada, dia 06.
"A disposição dele (Renan) é de tentar contribuir com propostas para o país", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). "A conversa é um avanço, partimos para discutir os problemas do país", disse Jucá. "Ela (Dilma) fez um apelo para ter a colaboração com o Senado — sem fazer qualquer confronto com a Câmara — possa ajudar o Brasil neste momento de dificuldades", completou o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC) para quem boa parte dos atuais conflitos decorrem da falta de diálogo.
Não houve, segundo relatos, a discussão sobre nenhuma proposta durante o encontro. O projeto que trata da desoneração das empresas não foi debatido, mesmo sendo o primeiro item da pauta de votação desta terça-feira, 11. A presidenta se comprometeu a nos próximos dias fazer uma rodada de conversas com presidentes e líderes partidários separadamente.
Além do vice-presidente Michel Temer, estiveram presentes, dentre outros, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que conduz junto com Temer a articulação política do governo. O chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Tadeu Filipelli, e o assessor especial da presidenta Dilma, Giles Azevedo, também foram vistos entrando no Alvorada.
Nesse domingo (9), Dilma se encontrou com 13 ministros na reunião de coordenação política, após a qual o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que o governo tem ciência das dificuldades mas acredita serão superadas para que o Brasil volte a crescer.