Como ficará o equilíbrio após construção das ilhas artificiais pela China?

© AP Photo / Philippine Department of Foreign AffairsConstrução de ilhas artificiais chinesas no mar da China Meridional
Construção de ilhas artificiais chinesas no mar da China Meridional - Sputnik Brasil
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Na conferência do fórum regional de segurança da ASEAN em Kuala Lumpur, o chanceler chinês Wang Yi anunciou que a China completou a construção das ilhas artificiais no arquipélago de Spratly, no mar da China do Sul.

Isto significa que a China alcançou todos os objetivos e está pronta para a busca de compromisso com os países da região em base do novo status quo. O pesquisador do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias Vassily Kashin comentou para a Sputnik as consequências estratégicas da construção das ilhas. Seguem em baixo as considerações do especialista. 

© REUTERS / Ritchie B. TongoMar do Sul da China.
Mar do Sul da China. - Sputnik Brasil
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A nova realidade é que agora a China tem uma série de ilhas artificias nesta área e na maior delas está sendo construída uma pista de decolagem e aterrissagem de 3 quilômetros. Nestas ilhas artificiais também serão construídos portos nos quais os navios irão se proteger de tempestades e receber manutenção técnica. 

As declarações do EUA sobre a inadmissibilidade de militarização da área de construção e das ilhas provavelmente não terá efeito. Embora as ações chinesas tivessem provocado alguma preocupação por parte dos países da ASEAN, eles ainda não possuem unidade para se opor à China. 

Neste momento a estratégia mais razoável para a China será tentar acalmar a situação e se ocupar do arranjo das suas novas aquisições territoriais. No fundo, as declarações da China de que as ilhas serão principalmente usadas como pontos de abastecimento e abrigo para aeronaves e navios durante o mau tempo não estão longe da verdade. 

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A instalação de poderosos sistemas de armas, como baterias de mísseis de cruzeiro pesados ou complexos de defesa antiaérea de longo alcance, não faz sentido militar em ilhas tão pequenas. Sem dúvida, as ilhas situadas numa área disputada precisam de proteção, mas as forças armadas a instalar nas ilhas serão limitadas. Estas forças visarão, sobretudo, proteger as próprias ilhas e não controlar a região toda em torno das ilhas. A instalação de armas durará, segundo Kashin, de alguns meses a dois ou três anos. 

Após o fim da construção de infraestrutura e o seu desbravamento pelas tropas chinesas, os países da região deverão planejar a sua política na base do novo equilíbrio de poder na região. 

O aumento de concentração de forças americanas em resposta no mar da China do Sul, inclusive o patrulhamento conjunto desta área aquática com os aliados, será no fundo a mesma demonstração absurda de força e firmeza como os treinamentos militares americanos que estão sendo realizados na Europa de Leste desde o início da crise ucraniana. 

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Esta demonstração pode exercer qualquer influência sobre a opinião pública, mas não poderá impedir as mudanças estratégicas que já ocorreram, parte dos países da ASEAN já se desviam da política de balanceamento entre os EUA e a China e optam por um compromisso estratégico com a China. Os outros deverão seguir o seu exemplo mais cedo ou mais tarde. A China é a locomotiva principal do crescimento econômico na região. Ao contrário, as ações dos EUA são uma sucessão de ações ostensivas e patéticas que, às vezes, se contradizem umas às outras.

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