O programa foi criado depois dos ataques aéreos de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos para encontrar as localizações dos extremistas escondidos.
The New York Times citou no seu relatório de quarta-feira uma carta datada de agosto de 2010 do Departamento de Justiça para o juiz John Bates, o ex-juiz presidente do tribunal da inteligência.
A carta "incluiu informações que o governo geralmente modifica ao desclassificar este tipo de documentos: o nome completo da ordem judicial da inteligência encarregado da realização do programa naquela altura, que incluía uma lista na qual constava o Irã e os nomes das companhias", relatou o jornal.
Em entrevista à Sputnik Persian o especialista independente iraniano, o americanista Tahmureth Gholami comenta a situação:
"Em conformidade com os princípios adotados pela Carta das Nações Unidas e pela Convenção Internacional para os direitos humanos o direito para a recolha de informações sobre os seus cidadãos só pertence ao Estado dentro de suas fronteiras. A intervenção nessa matéria de Estados estrangeiros pode ser considerada como um crime. Em particular, o Capítulo 1 da Carta da ONU estabelece a necessidade de respeitar a integridade territorial e independência dos países".
Nenhum dos documentos do direito internacional estabelece o direito para um país a espionar um outro país. Mas nos Estados Unidos a tal lei de fato existe. Ela foi aprovada pelo Congresso depois dos eventos de 11 de setembro de 2001.
"Recentemente, todos nós fomos testemunhas dos escândalos com escutas telefônicas de uma série de líderes europeus e o primeiro-ministro japonês. Mesmo assim Washington continua repetindo: a luta contra o terrorismo. É irônico, não é? A teoria da luta contra o terrorismo cai como um castelo de cartas, e todos entendem que a tecnologia de escutas telefônicas usada por agências de inteligência dos EUA é um meio de informação para proteger exclusivamente os seus próprios interesses nacionais".
A notícia do New York Times se espalhou na sequência de um descongelamento nas relações entre o Irã e o Ocidente, depois que os dois lados concordaram em um acordo que garante a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã e o levantamento das sanções.