"Existe agora um grande apoio na Flórida para o levantamento das sanções, mesmo entre os republicanos", afirmou Kiriacou. "Os interesses do comércio por parte dos EUA, especialmente do sul, estão fortemente a favor de que as sanções terminem".
Sucessivos presidentes não podiam se dar ao luxo de ignorar este círculo eleitoral porque Florida é o quarto estado mais populoso dos Estados Unidos, e crucial no balanço das últimas eleições presidenciais, explicou.
No entanto, uma mudança demográfica e psicológica enorme varreu a comunidade cubano-americana no século 21, apontou o analista.
"A geração mais velha que se opôs ao levantamento das sanções morreu em grande parte fora [de Cuba], enquanto muitos daqueles que ainda estão vivos mudaram seus pontos de vista ao longo dos anos", afirmou Kiriacou.
O senador Marco Rubio da Florida continua a assumir uma posição forte contra a suspensão das sanções em sua atual campanha presidencial, mas, até agora, ele não conseguiu atrair apoio significativo, mesmo da parte do núcleo linha dura tradicional do Partido Republicano.
"Rubio não é mais representativo das opiniões da comunidade cubano-americana sobre esta questão", explicou Kiriacou.
Por causa da mudança, "ainda surge como uma possibilidade que um Congresso republicano possa levantar as sanções", observou.
"Não há nenhuma desvantagem em melhorar as relações. Há apenas boas notícias", insistiu Kiriacou. "É melhor para o turismo e é melhor para a economia".
Sanções nunca funcionaram, observou Kiriacou, e o comportamento moderado de Cuba ou a tentativa de obrigar o país a melhorar seu registro interno de direitos humanos nunca ameaçou a estabilidade política do governo em Havana.
"A única coisa que as sanções fizeram foi prejudicar cidadãos cubanos comuns, fabricantes e agricultores norte-americanos," Kiriacou concluiu.
Em dezembro de 2014, o presidente Barack Obama anunciou que sua administração iria prosseguir no caminho para normalizar as relações com o governo de Cuba.