Nas palavras de Sidaoui, sem contar com o mundo árabe, onde são recrutados, entre outras nacionalidades, muitos tunisianos, libaneses e sauditas, a França é realmente o país de onde sai a maioria dos jihadistas do EI. O fenômeno, no entando, segundo o especialista, possui algumas explicações.
"Não se deve esquecer que no início da crise síria a mídia francesa falava em "combatentes pela paz". Assim eram chamadas as pessoas que iam para a Síria lutar contra o regime do país. Devo também lembrar que tratava-se de um regime secular. Eles eram mencionados nas manchetes literalmente como "combatentes pela paz". A sua participação na guerra era interpretada como totalmente legítima. Eles eram apresentados como heróis. Ao longo dos primeiros dois anos nada era dito sobre o terrorismo na Síria" – disse.
"Mas depois, e eu me refiro aos últimos dois anos, a posição da França mudou radicalmente. Tudo começou timidamente com um artigo no "Le Monde", dizendo que os serviços de inteligência franceses contactaram seus colegas sírios para ajudá-los na luta contra os jihadistas franceses" – explicou.
Pouco a pouco, lembra Sidaoui, os meios de comunicação da França começaram a falar abertamente sobre o terrorismo, a chamar os combatentes de terroristas que não hesitam em cortar as gargantas de seus reféns e a acusar o Catar e a Arábia Saudita de financiarem redes jihadistas.