Cientistas da Universidade de Princeton descobriram que o solo do Ártico contém microrganismos que consomem metano, o que poderia retardar o aquecimento global, relatou Phys.org.
À medida que a calota de gelo do Ártico continua a recuar para níveis sem precedentes a cada ano, cargas enormes de dióxido de carbono e metano são liberadas para a atmosfera, empurrando as temperaturas globais cada vez mais alto. No entanto, a bactéria do solo do grupo Upland Soil Cluster Alpha vai começar absorvendo o metano, transformando-o em álcool metílico, de acordo com o estudo publicado na The ISME Journal.
Além disso, os pesquisadores observaram que a capacidade desta bactéria de neutralizar o metano na atmosfera aumenta à medida que as temperaturas globais sobem.
Por exemplo, de acordo com o blog de Universidade de Princeton, "durante um período de três anos, um local de pouco carbono nas ilhas Axel Heiberg, na região ártica do Canadá, consumia consistentemente mais metano à medida que a temperatura do solo aumentava de 0 para 18 graus Celsius (32-64,4 graus Fahrenheit).
Se as temperaturas globais subirem cerca de 15 graus no século seguinte, a bactéria do solo poderá ser capaz de consumir 30 vezes mais metano do que absorve hoje em dia, estimam os pesquisadores. Isso vai impedir o planeta de aquecer mais, apesar do trilião de toneladas de gás que de momento está a ser emitido do gelo ártico.
"Não temos uma resposta clara sobre se estas bactérias dos solos do Ártico vão compensar o metano que existe na atmosfera ou não, mas certamente vão ajudar a situação", disse Chui Yim Lau, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores estão otimistas sobre as perspectivas do uso de bactérias do Ártico e sugerem que, se elas são onipresentes em todos os solos árticos, elas vão jogar um papel importante na regulação dos níveis de metano na atmosfera em todo o mundo no futuro.