Crianças tomam armas e morrem no Iêmen

© AFP 2023 / SALEH AL-OBEIDIUm grupo de iemenitas voltam ao seu país do Djibouti, após quatro meses do conflito
Um grupo de iemenitas voltam ao seu país do Djibouti, após quatro meses do conflito - Sputnik Brasil
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Quem sofre mais com o conflito no Iêmen são as crianças. De acordo com um relatório do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), pelo menos 400 delas foram mortas e pelo menos 600 ficaram feridas desde o início da campanha militar, que começou em finais de março com a intervenção armada da coalizão liderada pela Arábia Saudita.

“Cerca de oito crianças são mortas ou lesionadas cada dia no sangrento conflito do Iêmen”, diz o relatório, divulgado pelo site do organismo.

O documento, intitulado “A Infância Ameaçada”, traz outro número sinistro: 4.300 pessoas, principalmente civis, foram mortas no país nos quatro meses da campanha.

© AFP 2023 / SALEH AL-OBEIDIUm representante da Cruz Vermelha com um grupo de crianças iemenitas evacuadas na cidade portuária de Aden, no sul do país
Um representante da Cruz Vermelha com um grupo de crianças iemenitas evacuadas na cidade portuária de Aden, no sul do país - Sputnik Brasil
Um representante da Cruz Vermelha com um grupo de crianças iemenitas evacuadas na cidade portuária de Aden, no sul do país

Preocupa também o número das crianças que pegam em armas. Se em 2014, foi registrado um total de 154 combatentes menores de idade, em 2015, esse número já montou a 377, e o ano ainda não terminou.

Rebeldes Houthis armados no Iêmen - Sputnik Brasil
Embaixada dos Emirados Árabes no Iêmen é ocupada por rebeldes
De acordo com o UNICEF, as crianças tomam armas porque consideram a luta armada como o único meio de sustentar as suas famílias.

Já na segunda-feira (17), a Anistia Internacional divulgou o seu próprio relatório sobre o conflito militar no Iêmen. O documento critica “os golpes aéreos ilegais da coalizão em áreas residências densamente povoadas”.

A tensão política no Iêmen desembocou em um conflito militar após uma ofensiva dos rebeldes houthis (que são considerados partidários do ex-presidente Ali Abdullah Salehi) à capital do país, Sanaa. Ato seguido, o presidente, Abd Rabbo Mansour Hadi, fugiu para a Arábia Saudita, que rapidamente anunciou que iria realizar uma intervenção militar, o que foi feito.

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