Depois de um ataque da Coreia do Norte usando mísseis mais cedo na quinta, a Coreia do Sul disparou dezenas de sérias de projetis de artilharia. No momento, as Forças Armadas comandadas por Seul estão em estado de máxima prontidão, informa a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.
Fontes locais informam que o Sul respondeu com vinte disparos contra um que veio do Norte.
Segundo a emissora sul-coreana KBS, que cita um oficial militar local, o fogo de artilharia foi aberto contra o altifalante militar que nos últimos dias divulgava programas contra Pyongyang e foi localizado na parte ocidental da fronteira entre os países.
"O nosso lado realizou o contra-ataque de dezenas de projetis de 155 mm", declarou à agência noticiosa AFP o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.
Segundo a Yonhap, a Coreia do Norte ainda não respondeu ao contra-ataque.
No entanto, a região industrial de Kaesong, situada no território norte-coreano, perto da fronteira com a Coreia do Sul, não deixou de funcionar, informa um correspondente da Sputnik.
Os acontecimentos acontecem uns dias após Seul anunciou o reinicio da operação de propaganda na fronteira pela primeira vez em 11 anos em resposta às explosões que matou dois soldados do patrulhamento fronteiriço, noticiou a publicação South China Morning Post.
De acordo com as últimas informações, a Coreia do Sul não pretende desligar os altifalantes que emitem mensagens de propaganda contra a Coreia do Norte, apesar das ameaças recebidas de Pyongyang, divulgou a agência Yonhap citando fontes no Ministério da Defesa sul-coreano:
“A emissão de altifalantes para o Norte será continuada”.
Embora a informação sobre vítimas ou danos causados pela troca de tiros entre as Coreias ainda não fosse divulgada, a Coreia do Norte já apresentou um ultimato à Coreia do Sul, exigindo a desmontagem dos altifalantes dentro de dois dias. Caso o lado de Sul negue as exigências, Pyongyang promete começar ações militares.
“O Norte promete começar ações militares, caso Seul não cesse suas emissões psicológicas contra Pyongyang nos próximos dois dias”, diz-se na declaração do Ministério da Defesa do Sul.
As exigências não foram comentadas e ainda fica pouco claro se a Coreia do Sul as cumprirá.
Em 1953 a guerra entrou em uma fase estática, e em 27 de julho de 1953 foi assinado o Acordo de cessar-fogo, que dividiu a Coreia do Sul e a Coreia do Norte pela linha de demarcação militar, com zonas desmilitarizadas de largura total de quatro quilómetros aos lados desta linha.
Formalmente a península Coreana continua em estado de guerra, porque um acordo de paz nunca foi assinado. Os encontros de alto nível dos líderes das duas Coreias que foram realizados nos anos 2000 e 2007 em Pyongyang não trouxeram resultado.
As relações entre as duas Coreias também deterioraram-se muito em 2013, durante a realização de anuais exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul Key Resolve e Foal Eagle. No entanto, Pyongyang anunciou a sua retirada do acordo de cessar-fogo com Seul e sobre a possibilidade de confrontos armados com o uso de armas nucleares.
A Coreia do Norte tinha sido o alvo de sanções das Nações Unidas devido a testes nucleares subterrâneos em 2006, 2009 e 2013. Além disso, os EUA e a China introduziram e depois várias vezes ampliaram sanções contra o país, que incluem a proibição de todos os testes de mísseis balísticos e nucleares e incidem sobre a importação e exportação de materiais e equipamentos relacionados.
No início de 2015 a chefe sul-coreana, Park Geun-hye, declarou que Seul está pronta para negociações com Pyongyang, mas a parte norte-coreana exigiu o levantamento das sanções. No entanto, a presidente sul-coreana afirmou que não aceitaria as condições propostas pela Coreia do Norte e instou o regime de Kim Jong-un a tomar medidas concretas para a desnuclearização.