O parlamentar é alvo de investigação desde março por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras e também é investigado na Operação Lava Jato por suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro.
Camargo disse ainda em depoimento que Cunha cobrou dele o pagamento de US$ 5 milhões em propina. Foram apontadas dezenas de operações de lavagem do dinheiro, pago em espécie e também por meio de depósitos para uma igreja.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a restituição de US$ 80 milhões no oferecimento da denúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que também inclui a ex-deputada federal Solange de Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ). O valor é referente a US$ 40 milhões em reparação aos danos causados à Petrobras e outros US$ 40 milhões referentes aos danos à Administração Pública. Janot pede ainda a condenação criminal de Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e de Solange por corrupção passiva.
Também foi oferecida denúncia contra o senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL). No caso de Collor, as investigações indicam que o parlamentar recebeu R$ 26 milhões em propina, entre os anos de 2010 e 2014, por meio de um esquema de lavagem de dinheiro.
O oferecimento de denúncia consiste em uma acusação formal feita pelo Ministério Público Federal contra os políticos por entender que já há indícios de provas suficientes para que eles respondam uma ação penal. Eles só se tornam réus após o STF receber a denúncia, aceitando a acusação proposta pela PGR.
No caso de Cunha, a decisão sobre a abertura da ação penal deve ser tomada pelo plenário do Supremo, que continua responsável por analisar investigações criminais de presidentes das Casas Legislativas.