As negociações entre altos representantes dos dois países começaram ontem e visam baixar o nível de confrontação. O diálogo durou mais de dez horas, as partes decidiram fazer um intervalo para estudar as posições um do outro.
As negociações se realizam à porta fechada. A única informação que foi divulgada é que a delegação da Coreia do Norte nega as acusações de que o país tenha estado envolvido nas explosões na zona desmilitarizada, onde morreram dois militares sul-coreanos.
O vice-chefe do grupo parlamentar do partido Rússia Unida, Franz Klintsevich, considera que é importante o fato de que as negociações decorrem sem intermediários:
“A Coreia do Norte é a que está menos interessada em que a escalação do conflito se transforme em confrontação militar. Do meu ponto de vista, o essencial é outra coisa. O principal é que a Coreia do Sul e o seu aliado principal, os EUA, entendam finalmente que quaisquer tentativas de mudar o regime na Coreia do Norte pela força conduzirão não só a uma grande guerra na península coreana mas também a cataclismos sérios em todo o mundo”.
Ao mesmo tempo, os militares da Coreia do Sul divulgaram a informação de que cerca de 50 submarinos norte-coreanos teriam rumado ao mar do Japão e mar Amarelo, mas a sua localização não é conhecida.
“Este é o maior número de submarinos da Coreia do Norte lançados ao mar depois da guerra,” diz a fonte militar da agência de notícias Yonhap.
Por enquanto, os vestígios dos submarinos “perdidos” ainda não foram encontrados.
Além disso, os militares sul-coreanos afirmam que a Coreia do Norte fortaleceu e dobrou a sua artilharia perto da zona desmilitarizada.
É de lembrar que nesta sexta-feira (21), o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, ordenou que suas tropas estivessem prontas para o combate com os vizinhos do sul, após um intenso duelo de artilharia, sem baixas, na fronteira entre os dois países na última quinta-feira. Os norte-coreanos exigiram que Seul desmontasse até sábado (22) o sistema de altifalantes utilizado para fazer propaganda contra o seu governo. Já a Coreia do Sul, que acusou Pyongyang de iniciar o conflito ao disparar um foguete contra o seu território, disse que não pretendia respeitar o ultimato, garantindo que as emissões áudio contra Kim Jong-Un ao longo da fronteira iriam continuar.