Além disso, o Irã influi negativamente sobre os preços do combustível. No domingo (23) Bizhan Namdar Zangeneh, ministro iraniano do Petróleo, disse que o seu país tem por objetivo aumentar a extração do petróleo “por todos os meios” para não perder a sua parte do mercado global.
O país é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e tem uma cota legítima, que antes não podia usar por causa das sanções, isto é, o país pode passar a produzir cerca de 4 milhões de barris por dia.
Muitas especialistas concluem que tais medidas irão somente aumentar o excesso da matéria-prima.
Mas’oud Derakhshan, professor de economia da Universidade de Teerã Alamé Tabatabaí, deu uma entrevista à Sputnik sobre este tema.
Segundo o especialista, tal queda do preço influi de maneira negativa sobre o mercado global de petróleo porque este preço não cobre a produção, consequentemente, a produção também vai baixar. O professor considera que assim, no futuro mais próximo, dentro de um ano ou ano e meio, o preço vai subir bruscamente.
“Quando os preços caem, por um lado, os investimentos no setor petrolífero diminuem e, por outro lado, aumenta a demanda de petróleo. Ambos os fatores só prejudicam a economia global. Por exemplo, os investimentos nas energias alternativas, na energia solar ou eólica, vão se reduzir significativamente em tais condições”.
Mas’oud Derakhshan considera que a queda do preço do petróleo afeta os países-exportadores do combustível porque a estrutura da economia está diretamente dependente do rendimento recebido da venda do petróleo e das importações dos bens de consumo:
“Como mostrou a experiência, o preço do petróleo tende a registrar alterações bruscas. Por isso é extremamente irracional que o destino e a estrutura econômica dum país esteja dependente de um artigo que não tem um preço estável”.
Nomeadamente, os orçamentos dos membros da OPEP estão dependentes da venda deste combustível, em média, em 80%. Muhammad As-Sayyad, ex-chefe da Autoridade Nacional do Petróleo e Gás, considera que, em tal situação, eles terão que introduzir medidas de austeridade.
“Vale notar que os produtores do petróleo lutam pelos mercados. Nenhum país quer sacrificar a sua extração e perder a sua cota do mercado em prol de aumento do preço do petróleo”, opina o especialista.