Segundo o Superintendente da Polícia Federal de Goiás, Umberto Ramos, a quadrilha era de classe média alta, e se utilizava de empresas regularizadas para aquisição dos produtos químicos, que eram utilizados, em laboratórios clandestinos do estado, para sintetizar diversos tipos de drogas, que iam desde as anfetaminas até a cocaína.
Ramos explicou que a grande quantidade de produtos químicos adquiridos chamou a atenção dos investigadores, que constataram o esquema econômico organizado para o tráfico, com a participação de farmácias, laboratórios e vendedores.
“Nós estamos diante de um novo perfil de criminosos, na medida em que as pessoas envolvidas diretamente com o tráfico de drogas participam da classe média, da classe alta. São empresários e donos de estabelecimentos comerciais supostamente legalizados”.
Depois que fabricavam as drogas, os traficantes se utilizavam de veículos de luxo para comercializar a mercadoria, de forma clandestina, nas farmácias dos seis estados e do Distrito Federal.
Durante a operação, os policiais federais fecharam oito laboratórios, alguns deles com grande capacidade de produção de drogas. Em apenas um deles foram apreendidos cerca de 630 mil de comprimidos conhecidos como ecstasy do Paraguai, também usados como rebite, prontos para o consumo. Já outro laboratório foi surpreendido enquanto produzia aproximadamente 800 mil comprimidos da droga, conhecida por levar o usuário a um quadro de insônia e depressão.
Em apenas oito meses, um dos estabelecimentos gerenciados pela organização criminosa movimentou cerca de R$ 240 milhões, segundo a polícia.
Ao todo, cerca de 400 agentes federais, de diversas regiões do país, participam da Operação Quinto Elemento, cumprindo 145 mandados judiciais nos sete estados. São 78 mandados de prisão temporária, 8 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de condução coercitiva, 55 mandados de busca e apreensão e 12 de sequestro de bens imóveis, incluindo um prédio residencial de 20 apartamentos.
Todos os envolvidos responderão por tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica e tráfico de produtos químicos para a produção de drogas.