A decisão de baixar o ranking foi tomada após a declaração de que 20% da dívida externa ucraniana foi cancelada. A Ucrânia acordou com o grupo dos seus credores de cancelar US$ 3,8 bilhões em eurobonds.
A agência Fitch avaliou a decisão como uma tentativa de Kiev de evitar o default e notou que o cancelamento da dívida levaria a perdas financeiras para os possuidores dos títulos.
O nível C da Fitch significa o risco de crédito excepcionalmente alto e a passagem para os níveis RD ou D (Inadimplência Restrita ou Inadimplência) é inevitável, o que implica o anúncio formal de uma troca de dívida coercitiva.
Assim, a reestruturação da dívida externa ajudará a Ucrânia evitar o default de eurobonds de US$ 500 milhões, que Kiev deveria pagar à UE em setembro.
O premiê ucraniano, Arseny Yatsenyuk, comentando a reestruturação da dívida declarou na quinta-feira (27) durante a reunião do governo extraordinária:
“O default que os nossos inimigos estão esperando não acontecerá”.
A ministra das Finanças da Ucrânia, Natalia Yaresko, opinou que ambas as partes beneficiarão da decisão.
A dívida pública total da Ucrânia é de 70 bilhões de dólares, dos quais 40 bilhões constituem a dívida internacional.
Kiev também tentou ganhar condições de reestruturação dos títulos russos, mas Moscou negou a proposta ucraniana. Falamos das obrigações no valor de US$ 3 bilhões emitidos pela Ucrânia em 2013 que a Rússia comprou. O prazo do pagamento por elas expira em 2015, mas o lei tomado na Ucrânia na primavera do ano corrente (outono no hemisfério Sul) permite as autoridades declarar a moratória ao pagamento da dívida.
O lado russo, nomeadamente o ministro das Finanças, Anton Siluanov, declarava que acompanhará as ações da Ucrânia e em caso de transgressão da lei começará o processo jurídico.