Atualmente, os sírios são os que predominam entre os refugiados no Brasil, fugindo da guerra civil instalada na Síria em março de 2011 e sem qualquer perspectiva ainda de resolução. Em segundo lugar, aparecem africanos de vários países, e, ocupando lugar de destaque (embora não sejam tecnicamente considerados refugiados), estão os haitianos.
Existem no Brasil, atualmente, 8,4 mil refugiados legalizados. No Conare – Comitê Nacional para os Refugiados, órgão do Ministério da Justiça, há ainda 12,6 mil solicitações de refúgio.
Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, a assistente social Aline Thuller, coordenadora da Caritas-Rio, explicou como funciona a instituição e de que forma ela atua para que os refugiados obtenham documentos, empregos, moradia e auxílio financeiro para se manterem na cidade.
Sputnik: A questão dos refugiados na Europa, no mundo, no Brasil, está na ordem do dia. Na Europa o fenômeno se acentua com um número cada vez maior de refugiados, em sua maioria vindos da África e do Oriente Médio. E no Brasil a situação também é muito intensa, com o Brasil recebendo refugiados de vários países, como, por exemplo, Síria e Haiti. Como a Caritas-Rio trabalha com os refugiados?
Aline Thuller: Trabalha atendendo refugiados desde 1976, especialmente em três frentes de ação, que são: o acolhimento, o primeiro momento da chegada destas pessoas à instituição; a proteção legal, ou seja, garantir, em primeiro lugar, que eles não sejam devolvidos ao país de origem, que possam acessar o processo legal para solicitação de refúgio e acessar também toda a documentação a que eles têm direito; e, em terceiro lugar, trabalhamos com a integração local, que é tentar garantir estratégias para que eles possam reconstruir a vida no Brasil, encaminhando para saúde, educação, assistência, trabalho, capacitação profissional e outras.
S: A senhora vê possibilidade de comparar a situação dos refugiados no Brasil com os da Europa?