Quanto mais o Ocidente rejeita a Rússia e a cobre de sanções, mais Moscou se vira para o Oriente, escreveu Raffarin.
Segundo Raffarin, Moscou e Pequim têm muitos interesses comuns, inclusive nas áreas da energia, investimentos, segurança e especialmente na necessidade de combater a estratégia norte-americana de dominar o mundo e exercer pressão sobre a Europa.
“Na realidade, vários problemas internacionais e, primeiramente, a luta contra terrorismo, devem unir as potências mundiais. É óbvio que a crítica ocidental do presidente russo Vladimir Putin e a política da China não são uma base para melhorar as relações”.
Raffarin sublinhou especialmente que tudo isso significa uma grande responsabilidade para a Europa.
“Hoje o argumento principal estratégico é que a China e a Rússia precisam de uma Europa forte. A política financeira de Pequim provou que o país não está interessado no colapso da zona do euro. A Rússia, por sua vez, é contra a Europa ‘americanizada’".
O ex-premiê também acrescentou que a França deve assumir o controle da situação, a fim de não perder os seus aliados estratégicos nos próximos anos.
Segundo ele, o triângulo Europa-Rússia-China poderia ser próspero porque cada parte tem os seus recursos humanos e naturais, possibilidades financeiras, bem como a necessidade de um aumento do emprego, da renda e da estabilidade.
O político francês conclui notando que a questão da reaproximação sino-russa está diretamente ligada com a política independente da Europa e com a sua própria identidade.