O tema central da discussão é a controvérsia sobre os planos da Estônia de aceitar mais de 200 refugiados nos próximos dois anos.
Apesar de a Estônia ficar longe das fronteiras inquietas da Grécia e Macedônia e dos centros dos refugiados na Alemanha, a Estônia está discutindo o papel que pode ter na crise migratória europeia, discussão desenvolvida especialmente pelas forças conservadores.
A situação instável na economia e o euroceticismo que cresce em toda a Europa por causa da crise migratória, bem como o último resgate financeiro da Grécia, ajudaram a reforçar as posições dos eurocéticos e dos que estão contra o fluxo de migrantes e refugiados.
Tendo em conta a sua história e a aspiração dos estônios a preservar a sua cultura e língua, é fácil apelar ao nacionalismo estônio.
Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, somente 2,7% da população da Estônia pertencia a minorias étnicas.
Em 1989 este número cresceu para 38,5% por conta dos residentes da União Soviética que migraram ou foram forçados a migrar para trabalhar nas indústrias pesadas da Estônia.
"Isso foi entendido como uma espécie de ameaça para a existência dos estônios ", disse Raivo Vetik, professor de política comparada da Universidade de Tallin.
Enquanto a minoria russa continua a ser o problema mais grave de integração e migrantes de outros países chegam à Estônia, muitos notam que não há assim tantas divergências entre os falantes de russo e estônio, disse Vetik.
"Há argumentos de que os russos e os estônios são muito parecidos…Somos mais parecidos comparando com a gente nova que está chegando. Por isso devemos integrar [os russos] rapidamente e com mais eficácia", destacou Raivo Vetik.