Mais cedo, o chanceler russo Sergei Lavrov comunicou que a Rússia tinha proposto realizar um encontro ao nível de ministros das Relações Exteriores dentro dos próximos 12 dias.
No entanto, para Shaefer, há pouca vontade política de efetuar esse encontro.
“Quando for relevante do ponto de vista político, quando surgir a vontade necessária, será a hora de realizar encontros a diversos níveis. Eu acho que cada um dos quatro governos acompanha os acontecimentos, e quando aparecer uma posição comum sobre a necessidade de um encontro e a compreensão do nível que tal encontro deverá ter, então vamos poder informar sobre isso”, disse o representante do ministério alemão em entrevista coletiva realizada hoje.
Schaefer assegurou que a Alemanha reconhece a importância do cessar-fogo alcançado no Leste da Ucrânia.
Donbass
Mais cedo nesta semana, a discussão no parlamento ucraniano sobre uma emenda à Constituição, proposta pelo presidente Pyotr Poroshenko, levou à violência e uma morte.
Contudo, o próprio Poroshenko (que esteve ausente do parlamento durante a votação e os protestos) comentou que a sua emenda era só “uma manobra” para retirar o Donbass da “influência russa”, obrigando esta região a convocar eleições locais conforme as leis ucranianas e restringindo a possibilidade de organizar referendos sobre a independência.
A reforma constitucional é uma das exigências dos Acordos de Minsk, principal documento que rege o processo de paz na Ucrânia.
Kiev deve aceitar a autonomia
No entanto, dois deputados de outro país membro do quarteto, a França, não concordam que Kiev deva “ficar responsável” pelo Donbass.
Jacques Myard, deputado da Assembleia Nacional francesa pelo departamento de Yvelines (centro do país), disse à Sputnik que não adianta só culpar Kiev ou Donetsk (capital da região de Donetsk e da autoproclamada República Popular de Donetsk, que ocupa parte de Donbass).
“O problema não pode ser resolvido sem a assinatura de um acordo de longo prazo que conceda autonomia a Donbass. Mais do que isso, Kiev deve aceitar esta autonomia”, disse Myard.
Ressaltando que “a Crimeia pertence à Rússia, e isso está fora de dúvida”, o deputado comentou ainda que “a situação é diferente com Donbass”:
Já Nicolas Dhuicq, deputado pelo departamento de Aube (norte da França) e membro da Comissão dos Assuntos Externos do parlamento francês, acha que o conflito no Leste da Ucrânia é nutrido pelos EUA, cujos planos “coincidem completamente com os planos da Alemanha e do Império Austro-Húngaro nos tempos da Primeira Guerra Mundial [que previam] a criação de um Estado nacional artificial chamado Ucrânia”.
“Além disso, eu não confio na presidência do senhor Poroshenko. Eu falo dele e de algumas pessoas do entorno dele que parecem só fomentar a escalada do conflito”, disse o deputado.