Especialista iraniano comenta guerra na Síria e crise migratória na Europa

© REUTERS / Laszlo Balogh Migrantes sérvios tentam atravessar ilegalmente a fronteira com a Hungria perto da cidade de Roszke, em 26 de agosto de 2015
Migrantes sérvios tentam atravessar ilegalmente a fronteira com a Hungria perto da cidade de Roszke, em  26 de agosto de 2015 - Sputnik Brasil
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A chefe do governo da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que é necessário resolver a crise migratória na Europa com participação dos principais poderes da região, incluindo o Irã e ainda a Rússia.

“Nenhum país pode lidar com a atual crise migratória por si próprio”, afirmou Sturgeon. Segundo ela, os países devem unir esforços para elaborar uma “abordagem comum”.

“Só coordenando as nossas ações é possível encontrar uma resposta digna para esta crise sem precedentes”, sublinhou a líder escocesa.

Migrantes ficam à espera de comida distribuída por voluntários macedônios na estação ferroviária em Gevgelija, na fronteira entre Macedônia e Grécia. 4 de agosto de 2015 - Sputnik Brasil
Europa não resolverá a crise migratória sem Rússia
A Sputnik entrevistou o cientista político Hossein Ruyvaran para saber de que maneira o Irã pode contribuir para a resolução da crise migratória na UE.

O especialista tem a certeza de que a questão dos refugiados na UE é muito politizada, pois a quantidade deles no Iêmen é duas vezes maior. Mas o Ocidente não faz nada:

“O Ocidente colabora com a guerra cobarde da Arábia Saudita e com as violações graves do direito internacional. Na Síria está lançada uma nova ordem. De facto, é uma típica desordem estabelecida pelo Ocidente», explica o cientista as razões da guerra e, consequentemente, da crise na Europa.

“Parece que os norte-americanos perderam o controle da situação. Mas quem começou o problema deve assumir a responsabilidade completa pelas consequências”, afirma Hossein Ruyvaran.

No entanto, segundo o especialista, a responsabilidade está sendo transferida ao Irã e Rússia, embora estes países tenham apoiado o regime sírio. 

“O Irã demonstrou coragem quanto à ajuda aos refugiados na região. O país acolheu pelo menos 4 milhões dos refugiados afegãos, uns milhões de migrantes iraquianos”, acrescentou o cientista político.

Enquanto a UE grita que está se preparando para aceitar 10 mil refugiados e anuncia “a sua ação nobre” em todo o mundo, o Irã atua na prática. 

O especialista também sublinhou que o problema dos migrantes na UE não pode ser separado da guerra na Síria:

“Outros países não devem intervir no conflito diretamente visto que é um conflito civil interno. A crise acabará e o problema dos refugiados e migrantes será resolvido. Do meu ponto de vista, a formulação do problema pelo Ocidente é absolutamente incorreta e irracional”.

A Síria está envolvida em uma guerra civil desde março de 2011. O governo luta contra vários grupos rebeldes e organizações militares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Estado Islâmico, proibido na Rússia. No entanto, o Ocidente não quer considerar o presidente da Síria, Bashar Assad, como um aliado na luta contra o grupo terrorista.

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