EUA esquivam assuntos essenciais no diálogo com Cuba

© AFP 2023 / YAMIL LageCubano acena positivamente de sua varanda decorada com as bandeiras dos EUA e de Cuba
Cubano acena positivamente de sua varanda decorada com as bandeiras dos EUA e de Cuba - Sputnik Brasil
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A nova ronda de negociações entre Cuba e os EUA deve ser realizada nesta sexta-feira (11) na capital cubana, Havana. Na reunião, as partes devem elaborar a agenda das futuras negociações no âmbito de reestabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

A delegação norte-americana será representada pelo vice-secretário de Estado para assuntos do Hemisfério Ocidental, Edward Alex Lee, e a cubana – por Josefina Vidal, diretora geral para os EUA do Ministério do Exterior.

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Recentemente foi divulgado que várias empresas aéreas estão ansiosas para começar fazendo voos comerciais para Cuba. Vale lembrar que mais cedo, uma especialista russa, redatora-chefe da redação da América Latina da agência de informação Regnum Tatiana Poloskova divulgou exclusivamente à Sputnik que “estavam sendo resolvidas as questões de investimentos em Cuba, primeiramente, para desenvolver portos, quer dizer, no sistema logístico”.

Parece que os EUA estão interessados em cooperação econômica com Cuba. Contudo, o pesquisador da América Latina, jornalista, professor da Universidade Estatal Russo de Humanidades (RGGU na sigla em russo) Mikhail Belyat opinou à Sputnik que a aliviação das sanções econômicas está longe de se tornar a realidade.

“Acho que a retirada de embargo não dependerá das negociações que estão sendo realizadas atualmente. Serão mais um passo para a retirada, mas não o passo decisivo,” disse.

Belyat lembra que nos mais de 50 anos do “bloqueio” econômico de Cuba foi tomada uma grande série de decisões e leis, e um processo contrário não será fácil ou rápido.

O especialista também disse que “as mudanças econômicas, via de regra, são realizadas simultaneamente com as políticas”:

“É uma grande questão se o governo cubano esteja pronto para trocar os princípios nos quais baseia atualmente a sua política e os seus diálogos. Até o momento os cubanos já têm declarado repetidamente que não estão prontos para mudar a sua ideologia, o passo de que sonha Washington”.

Falando da reaproximação cubano-americana, não se pode esquecer do problema da base Guantánamo, porque uma das exigências apresentadas pelo líder cubano, Raúl Castro, é que EUA devolvam o território no qual é localizada a base, que arrendam desde 1903.

Mikhail Belyat não acha que a questão de Guantánamo possa ser resolvida em breve:

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“A base existiu nos tempos quando Cuba e EUA tinham relações calorosas. E existiu nos tempos quando as partes de fato conduziam uma guerra aberta (lembre-se das provocações da Baía dos Porcos nos anos 1960). […] Quer dizer, a situação tocou até conflitos armados, e mesmo naquela altura a base de Guantánamo não deixava de existir”.

Vale lembrar que a rescisão antecipada do contrato relativo ao arrendamento só é possível por acordo de ambas as partes. Anualmente os EUA enviam um cheque de US$ 3,4 mil, mas o governo de Cuba não aceita o dinheiro, porque acham que os militares norte-americanos devem sair da ilha.

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