"A centralização de compras no território brasileiro trouxe economia de até 70% em alguns produtos. Esperamos que, com a ampliação dessa estratégia, os benefícios sejam alcançados também pelos demais países do bloco", afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Adriano Massuda. Desde 2010, a compra de medicamentos classificados como estratégicos passou a ser feita pelo governo federal. Até então, muitos produtos eram adquiridos por governos estaduais ou municipais, separadamente. A mudança trouxe uma redução do preço final. "Quando compramos uma quantidade maior, o poder de negociação é reforçado. E os preços caem."
A ideia é estender para medicamentos de alto custo, como os usados para pacientes com câncer, aids e doenças raras, um mecanismo de compra já usado com sucesso para a aquisição de vacinas. Atualmente, parte dos imunizantes é adquirida por meio do Fundo Rotatório, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). No caso dos medicamentos, a Opas também ficaria encarregada da compra, mas por meio de outro braço da organização, o Fundo Estratégico. "Países integrantes repassam os recursos para a Opas, que se encarrega da compra", contou o secretário.
A estratégia deverá ser estendida em 2016 para outros medicamentos. O acordo assinado nesta sexta por Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Venezuela, Chile, Equador e Suriname prevê também a adoção de um banco de preços, com detalhes sobre as compras de medicamentos feitas pelos Ministérios da Saúde da América do Sul.