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Ministro das Relações Exteriores renova parcerias com Irã e Líbano

© Ana de Oliveira/AIG-MREPalácio do Itamaraty
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O Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira está em viagem oficial internacional de trabalho. Nesta segunda-feira(14) o embaixador encerra a visita à República Islâmica do Irã, e segue para a República do Líbano, onde fica por dois dias até quarta-feira, dia 16 de setembro.

Em Teerã, nos dias 13 e 14 de setembro, o Ministro foi recebido em audiência pelo Presidente Hassan Rouhani e manteve encontros com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, e com o Secretário do Supremo Conselho Nacional de Segurança, Contra-Almirante Ali Shamkhani.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira (esquerda), fala com o presidente iraniano, Hassan Rohani (direita) com a ajuda de intérprete em Teerã durante visita oficial em 13 de setembro - Sputnik Brasil
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De acordo com a Diretora do Departamento da Ásia Central, Meridional e Oceania, Maria Clara Duclos Carisio, a viagem para o Irã tem como objetivo ampliar o diálogo político e a diversificação da cooperação e do intercâmbio bilaterais, que acontece entre Brasil e Irã desde 1904. “Essa visita se insere num histórico amplo de relações com o Irã. O ambiente sempre foi de franco diálogo, de entendimento, de cooperação. Isso se tornou bem visível, em especial durante o Governo do ex-presidente Lula, em que houve visitas presidenciais do Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, em 2009, e depois do ex-presidente Lula ao Irã, em 2010. Esse período serviu para concretizar uma série de iniciativas, em especial, na área de cooperação em ciência e tecnologia, e na área de comércio. Dos resultados mais visíveis desse período de mais estreito diálogo foi a Declaração de Teerã, em 2010, quando da visita do ex-presidente Lula e que buscava medida de construção de confiança para uma solução do problema do programa nuclear iraniano.”

O comércio entre o Brasil e o Irã, superavitário para o Brasil, vinha crescendo progressivamente até 2011/2012, ultrapassando US$ 2 bilhões, mas foi reduzido em quase 50% após as sanções internacionais impostas ao Irã.  A Embaixadora Maria Clara explicou que a perspectiva de levantamento das sanções abre oportunidades para a expansão do intercâmbio em setores como o agronegócio e de investimentos nas áreas de hidroeletricidade, mineração e infraestrutura. “As ideias principais são a retomada do comércio bilateral, que esteve durante muito tempo em um ritmo crescente, quando em 2011/2010 ultrapassou US$ 2 bilhões nos dois sentidos. A partir de 2012 isso vem caindo e foi reduzido  praticamente a metade, se não me engano em US$ 1,4 bilhão, em 2014, em função especialmente das sanções unilateralmente impostas, e que terminaram refletindo no que seria o comércio com o Brasil, não por ter alguma sanção específica aplicado ao comércio brasileiro com o Irã, mas pela dificuldade de se encontrar fontes de financiamento em instituições financeiras que pudessem fazer os pagamentos das transações comerciais. A perspectiva do levantamento gradual dessas sanções no futuro  com a assinatura do  Joint Comprehensive Plan of Action, que é a solução que está se encontrando para a construção da confiança na relação com o Irã na questão do programa nuclear, traz boas perspetivas para o reestabelecimento de um comércio normal do Brasil, porque serão mais facilitadas as condições de financiamento e pagamento de importações e exportações.”  

Mauro Vieira (esquerda) e Javad Zarif (direita) durante a visita do chanceler brasileiro ao Irã em 13 de setembro - Sputnik Brasil
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Maria Clara acredita, que o Ministro Mauro Vieira também vai aprofundar o diálogo bilateral em direitos humanos e iniciativas de cooperação em setores como agricultura, energia, ciência e tecnologia, medicamentos e equipamentos hospitalares.

Já com relação a visita oficial do Ministro Mauro Vieira ao Líbano, a Diretora do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Embaixadora Ligia Maria Scherer, explica que também tem o objetivo de fortalecer as relações do Brasil com país, principalmente após o memorando de entendimento assinado do Líbano com o Mercosul. Mauro Vieira vai discutir com as autoridades locais a agenda bilateral, com ênfase no incremento do comércio e investimentos, na situação da comunidade brasileira no país e na troca de impressões sobre o quadro político e de segurança local e regional. “No ponto de vista econômico-comercial, no ano passado o Líbano assinou com o Mercosul um memorando de entendimento com vistas a negociação de um acordo de livre comércio. Já houve uma reunião, e está prevista uma segunda ainda. É um memorando de entendimento com vistas ao incremento, ao fortalecimento das relações econômico e comerciais Líbano-Mercosul. Também assinamos um acordo para isenção de vistos diplomáticos oficiais e para extensão de vistos de turismo e empresariais. Isso são elementos que reforçam ainda mais a já muito sólida e importantes relações do Brasil com o Líbano.”

 Em Beirute, manterá encontros com o Primeiro-Ministro, Tammam Salam, com o Presidente do Parlamento, Nabih Berri, e com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados, Gebran Bassil.

Ligia Maria ressalta os laços estreitos entre Brasil e Líbano, onde países mantêm relações diplomáticas desde 1944. O Brasil abriga hoje a maior comunidade de libaneses e descendentes no mundo, um total de cerca de 17 milhões de pessoas.

A embaixadora chama a atenção que Mauro Vieira também deve discutir a situação no Oriente Médio. “Todos sabem que com o conflito na Síria são cerca de 1,2 mil refugiados que o Líbano acolhe. Isso representa 25% da população, é um peso muito grande. O Brasil tem procurado ajudar no máximo de suas possibilidades. A nossa cooperação é cerca de US$ 700 mil, em recursos financeiros e em bens tanto para o Acnur, a agência da ONU para refugiados, e para atender a UNRWA— Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos que também é um grande contingente no Líbano. Além disso temos o Visto Humanitário, que tem sido concedido para refugiados, com essa medida para facilitar a saída e a acolhida, foram mais de 7 mil vistos concedidos. Registrados no Brasil de ingresso já são cerca de 2 mil. Prevê-se a reedição dessa medida de concessão de visto em caráter humanitário agora no mês de setembro.”

Teerã - Sputnik Brasil
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Brasil pretende aumentar comércio bilateral com o Irã
Na companhia do Ministro da Defesa, Jaques Wagner, o Ministro Mauro Vieira visitará ainda Fragata União e a Corveta Barroso, esta recentemente incorporada à Força-Tarefa Marítima da UNIFIL (FTM-UNIFIL). O Ministro Mauro Vieira imporá, em nome da Presidenta da República, a Insígnia da Ordem do Rio Branco à Corveta Barroso, que no último dia 5 de setembro resgatou 220 imigrantes à deriva no mar Mediterrâneo.

Desde 2011, o Brasil comanda a Força-Tarefa e fornece o navio capitânia para a missão, dando importante contribuição à estabilidade da região.

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