A vida política nacional passa por grande apreensão devido à dúvida sobre a aprovação do pacote de medidas proposto pela equipe econômica da Presidenta Dilma Rousseff no sentido de promover o ajuste fiscal, que tem como objetivo recolocar a economia brasileira nos eixos.
“Considero uma atitude irresponsável, em que apresentam um nulo compromisso nacional no desenvolvimento do país. Avalio que uma série de medidas que estão sendo colocadas para votação visa exclusivamente à desestabilização de um governo democraticamente eleito. O Brasil tem uma democracia que nós pensávamos consolidada, mas a verdade é que a democracia precisa ser sempre renovada. A história golpista do nosso país nos indica que precisamos estar sempre em alerta.”
Durante a reunião com deputados aliados na quinta-feira (17), a Presidenta Dilma teria dito, segundo participantes do encontro, que o Brasil não aguenta as consequências de uma eventual derrubada, pelo Congresso, de seus vetos a projetos da chamada “pauta-bomba”. E Dilma mostra preocupação com a sessão do Congresso da próxima terça-feira (22), quando os vetos vão ser analisados pelos parlamentares.
O principal temor da presidente é que se derrube o veto referente ao projeto que concede aumento de 59,5% aos servidores do Judiciário nos próximos quatro anos, o que geraria um gasto extra de R$ 25,7 bilhões até 2018 e, após isso, R$ 10 bilhões ao ano.
Segundo a Deputada Maria do Rosário, a presidente fez um alerta importante para a responsabilidade que a Câmara dos Deputados e o Senado têm de construir soluções para os problemas da economia e de garantir a estabilidade política do Brasil:
“Há setores no Brasil relacionados com a nossa oposição, indignados ainda com a derrota nas urnas em 2014, que investem numa lógica de quanto pior, melhor. Melhor para si, e pior na verdade para a população.”
A deputada explica que os projetos que a Presidenta Dilma caracterizou como pauta-bomba significam gastos desmedidos, sem observar o momento econômico do Brasil ou o momento internacional.
“São benesses em geral, atendimento a medidas corporativas, que não dialogam com o interesse maior da população, que são justamente a estabilidade e o atendimento dos mais desfavorecidos economicamente.”
“Os governos de esquerda no Brasil promoveram uma inversão de prioridades, e a maioria hoje conservadora e até retrógrada no Congresso Nacional tenta impor à nação uma agenda conservadora, que debilita o Estado brasileiro e que na verdade tem como estratégia política a privatização, a diminuição de inserção do Estado, como a própria entrega das riquezas do pré-sal, que são importantíssimas para o nosso presente e para o nosso futuro.”
A parlamentar diz que tem observado a movimentação da oposição, e chama atenção também para a postura vacilante de partidos aliados ao Governo, que justificariam a preocupação da presidente:
“Nós produzimos uma aliança política do PT, que é o principal partido de sustentação da Presidenta Dilma, com o PMDB, com aliados, mas estes aliados têm sido vacilantes, têm sido cooptados por setores vinculados ao poder financeiro. Toda nossa lógica no Brasil foi baseada em ampliar o consumo para os mais pobres e investir no setor produtivo, na indústria, no setor de serviços, em tecnologias limpas, em ampliar a infraestrutura nacional. Isso é que está em risco. Mesmo aqueles, e principalmente aqueles que propõem um verdadeiro golpe, que é a política de impeachment para a Presidenta Dilma, estão mascarando, não estão apresentando qual o seu programa para governar o Brasil, e o seu programa é orientado pela lógica retrógrada, do consenso de Washington, uma lógica que já foi derrotada, a lógica neoliberal.”
De acordo com Maria do Rosário, o Partido dos Trabalhadores está sustentando e vai continuar apoiando o mandato da Presidenta Dilma.
“Estamos sustentando o mandato da Presidenta Dilma. E as medidas econômicas que ela está propondo ao País, ainda que, muitas vezes, não sejam simpáticas a um ou outro setor, são medidas de estabilidade nacional.”
“[Lula] Estará ao lado de Dilma, enfrentando todas as dificuldades. Se é uma aprendizagem que a gente tem com esses dois presidentes do Brasil, é a coragem. E se há uma aprendizagem que temos ao lado do Presidente Lula ao longo de todos esses anos, é de não trair a sua origem de classe. Estar ao lado dos trabalhadores, dos sindicalistas, dos movimentos, e é assim que nós devemos nos comportar, como Partido dos Trabalhadores governando o Brasil.”