Segundo jornais japoneses, mais de metade dos cidadãos do país dão uma avaliação negativa à aprovação do pacote de leis sobre segurança, que permite enviar tropas ao exterior. O escandaloso projeto de lei foi aprovado pela câmara alta do Parlamento na noite de 19 de setembro depois de discussões prolongadas, acompanhadas por manifestações de muitos milhares de pessoas por todo o Japão.
Uma sondagem parecida foi realizada por outro jornal japonês, o Mainichi Shimbun. Segundo as suas informações, 57% dos japoneses avaliam de forma negativa a aprovação das leis e só 33% concordam com esta iniciativa. 60% dos respondentes também consideram que enviar as forças de autodefesa para participar de operações fora do país é violar a Constituição, cujo nono artigo proíbe ao Japão travar guerras e manter um exército.
“A aprovação desta lei por ambas as câmaras do Parlamento é uma consequência da política de menosprezo da opinião dos deputados e do povo”, disse Takako Suzuki, deputada da câmara baixa do parlamento do Partido Democrático, oposicionista, em entrevista à Sputnik. “Se consideramos qualquer sondagem, 80% dos respondentes dizem que não receberam explicações do governo em relação à lei. Mesmo 60% do parlamento estão contra a lei. Não havia nenhuma urgência em aprová-la”.
O contraditório pacote de leis sobre a segurança dá pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial aos militares japoneses o direito de participar de ações militares para defender países parceiros, mesmo que o Japão não esteja exposto ao ataque. Também levanta algumas restrições às ações das tropas japonesas nas operações da ONU fora do país. Só que antes os militares japoneses praticamente não tinham direito de usar armas.
No sábado (19) o parlamento japonês aprovou um pacote de leis que reconhece o direito do Japão à autodefesa coletiva, o que significa mais envolvimento das forças de autodefesa em conflitos fora do país. Antes disso, o Japão não o fazia porque isso contradizia a Constituição do país.