A polícia em Jerusalém e partes meridionais de Israel será equipada com rifles Ruger para disparar contra os jovens que recentemente lançaram pedras contra passageiros de veículos e residências. Segundo a autorização do procurador-geral israelense Yehuda Weinstein, os policiais só podem disparar se os lançadores de pedras ameaçarem a vida de pessoas. A polícia somente terá o direito de alvejar as pernas dos perturbadores e os oficiais terão de participar de treinos na Academia Nacional de Polícia.
Mas mesmo com as restrições, esta política poderá resultar em mortes de mais crianças e adolescentes palestinos, diz o Think Progress. Assim, em julho Mohammed Kasbeh, um jovem de 17 anos, foi atingido por balas e morto por lançar pedras contra o veículo de um dos comandantes das Forças de Defesa de Israel. O coronel Yisrael Shomer disse que disparou porque temeu por sua vida enquanto um jovem palestino lançava pedras contra o seu veículo militar. As testemunhas negam esta declaração, dizendo que Kasbeh lançava pedras mas tentou escapar quando soldados israelenses começaram a persegui-lo a pé. Um perito médico concluiu que Kasbeh foi morto com um tiro nas costas e na cabeça.
A decisão de equipar a polícia israelense com rifles Ruger aconteceu três semanas depois de o premiê israelense Benjamin Netanyahu ter apelado aos serviços de segurança para mudarem a política de aplicação de lei para lidar com os lançadores de pedras. Antes disso, a autorização de usar armas era limitada às Forças de Defesa de Israel.
Críticos da nova política, inclusive o executivo da Organização de Libertação da Palestina Wasel Abu Youssef, dizem que este é um novo meio de matar palestinos:
“Este governo direitista e fanático persegue a sua política criminosa de matar palestinos. As novas leis significarão mais escalada, assassinos e crimes contra o nosso povo”, disse ele ao Guardian.
A polícia de Israel anteriormente tinha o direito de usar rifles, mas durante a revolta palestina conhecida com a Segunda Intifada, uma série de jovens foi morta com armas na Cisjordânia. Consequentemente a polícia foi privada de autorização de usar armas.
Sarit Michaeli, porta-voz da organização israelense de direitos humanos B'Tselem comentou à Sputnik a decisão do governo de Israel:
“Estamos preocupados com a decisão de expandir a zona de uso de franco-atiradores para Jerusalém Oriental. Israel quer usar as mesmas normas contra palestinos que lançam pedras e participam de tumultos da Cisjordânia também em Jerusalém Oriental, território ilegalmente ocupado em 1967. O perigo consiste em que os soldados irão usar munições de combate mesmo em situações sem ameaça. E infelizmente isto terá consequências mortais. Israel usa força e somente força para resolver os seus problemas ligados com a discriminação da população palestina pelo próprio Israel”.