A atuação do BC foi insuficiente para segurar a moeda norte-americana. No início da tarde, a autoridade monetária anunciou três leilões no mercado de câmbio: um leilão de rolagem (renovação) de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), um leilão de novos contratos de swap, que não era realizado desde abril, e a venda de US$ 2 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra.
Além de turbulências internas, o cenário internacional contribuiu para a alta do dólar. A China divulgou que a produção industrial do país atingiu, em setembro, o nível mais baixo em seis anos. Além disso, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou que a desaceleração dos países emergentes pode comprometer a recuperação da Europa, informou Agência Brasil.
Para o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, o Banco Central e o Tesouro devem ser mais agressivos em suas intervenções. “Estamos vivendo algo grave que pode ficar muito pior. Se há perdas todos os dias, isso pode contaminar a indústria de fundos”, afirmou o ex-secretário do Tesouro.
“E se pensarmos no estrago que isso fará na atividade econômica e o efeito negativo nas contas públicas, eu recomendaria fortemente que se usasse a bala na agulha que temos”, afirmou Kawall, referindo-se ao tamanho das reservas internacionais e ao colchão de liquidez que o Tesouro dispõe.
Outra razão para o clima pesado foi a especulação em torno de um novo rebaixamento da classificação de risco do Brasil. Hoje, representantes da agência Fitch se reuniram com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.