As autoridades não querem discutir os verdadeiros problemas do país nas próximas eleições e por isso tentam desviar a atenção pública com a adesão do Montenegro à OTAN. Este tópico provoca uma grave cisão na sociedade. Para as autoridades, a adesão à OTAN é algo semelhante a um culto, então, como mostram muitas pesquisas de opinião, mais de 50% da população tem uma opinião diferente sobre a OTAN e, portanto, era necessário "substituir os resultados da votação do povo pelos votos no Parlamento sobre a resolução", disse Lekic.
Segundo o político, os chefes da Aliança têm salientado repetidamente que é necessário cumprir as duas condições principais para a adesão: resultados visíveis no combate contra a corrupção e a vontade da maioria dos cidadãos. Ambas as condições não podem ser cumpridas. E a OTAN não pode passar por cima destas condições para não perder a confiança internacional.
"Eu pertenço à maioria montenegrina que considera que a questão da adesão deve ser decidida em um referendo", disse Lekic.
A campanha da OTAN, organizada pelo Governo do Montenegro, prevê a discussão e o debate em diferentes cidades do país. Mas ela não tem nada a ver com a democracia, porque no debate não há nenhuma crítica à Aliança, disse o deputado Mladen Bojanic. Por isso mais parece uma lavagem cerebral.
Bojanic disse que esta é uma técnica clássica de propaganda — o abuso de poder.
Segundo ele, o partido no poder do Governo do Montenegro, o Partido Democrático Socialista, está usando a campanha da OTAN como sua campanha pré-eleitoral. Assim, o partido no poder usa os diplomatas dos Estados membros da Aliança para os seus próprios fins, convidando-os para promover os valores ocidentais, mas na verdade — para atrair os eleitores para o partido governante.