NSA espionava toda a delegação do Irã na ONU

© AP Photo / Ronald ZakThe Iranian flag flies in front of a UN building.
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As conversas telefônicas e a correspondência toda, assim como os quartos de todos os 143 membros da delegação iraniana, inclusive o então presidente Mahmoud Ahmadinejad, presentes na 62ª Assembleia Geral da ONU em Nova York em 2007 foram escutados pelos agentes da NSA, diz o canal televisivo NBC.

Hossein Sheikholeslam, conselheiro do presidente do parlamento iraniano sobre assuntos internacionais e membro daquela delegação do Irã na ONU, lembrou numa entrevista à Sputnik estes e outros acontecimentos ligados às escutas dos altos funcionários iranianos:

“O nosso serviço de segurança avisou-nos que podemos ser vigilados e escutados. Claro que estávamos prontos a isso e tomamos as medidas correspondentes.

Aquela história é uma confirmação de dois fatores. Em primeiro lugar, a NSA [Agência Nacional de Segurança dos EUA], coletando dados, fornece-os ao Mossad [serviço de inteligência de Israel]. Em segundo lugar, hoje está ausente o nível máximo de confiança mútua entre os serviços secretos israelenses e americanos.

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Não há dúvidas que os funcionários da NSA proporcionavam e continuam proporcionando ao lado israelense os dados de grandes fóruns e negociações com participação de altas delegações iranianas. Foi assim em Nova York em 2007, assim foi mais tarde. Considerarmos por exemplo a história de escuto de diplomatas iranianos durante as negociações do Irã com o sexteto em Viena neste ano. Ainda por cima, as escutas, segundo eu sei, foram realizadas tanto pelo lado americano, quanto israelense ao mesmo tempo. O Mossad até elaborou e usou um vírus de computador para estes objetivos [este vírus foi detectado em junho pelos especialistas do laboratório russo Kaspersky]. 

Além disso, aqui surge uma questão sobre a confiança entre as inteligências dos EUA e de Israel. Tel Aviv, desencadeando o escândalo com o lançamento de vírus, dá para compreender que não pode confiar completamente na informação recebida dos parceiros do outro lado do oceano. Por isso, os serviços secretos israelenses têm que buscar os dados secretos por conta própria, literalmente debaixo do nariz dos americanos. E até este trabalho escrupuloso não traz o resultado devido. Mossad não descobriu nada interessante em Viena. Assim como o Irã não descobriu nada de novo nos meios de Israel de realizar atividades de inteligência. 

Lembra-se um outro caso. Assim, a República Islâmica [do Irã] reagiu ao ciberataque do vírus Stuxnet em 2010 com fortalecimento das suas próprias cibertecnologias. E hoje os nosso sistemas antivírus funcionam com qualidade e sem intermitências. 

Contudo, esta história com escutas e as histórias seguintes com introdução de vírus de computador parecem apelar aos membros das nossas altas delegações de ficar maximamente vigilantes, não ceder perante provocações e continuar a trabalhar proveitosamente. Inclusive, na próxima Assembleia Geral da ONU”.

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