"Com a Arábia Saudita caindo cada vez mais em sua própria armadilha, por não ser capaz de forçar as companhias de xisto a entrar em falência, a melhor opção que resta para eles (os sauditas) é, talvez, se voltar para a Rússia e reverter a tendência atual do mercado de petróleo para atingir os seus objetivos em relação aos produtores de petróleo de xisto", escreveu o analista.
Algumas questões, no entanto, ainda precisam ser respondidas, segundo ele. Embora Moscou e Riad concordem sobre a necessidade de estabilização, ainda possuem uma série de diferenças políticas que precisam ser contornadas, principalmente no que diz respeito ao programa nuclear iraniano e aos conflitos na Síria e no Iêmen.
A possibilidade de uma parceria russo-saudita foi destacada pelo diretor executivo da petrolífera russa Rosneft, Igor Sechin, em entrevista ao Financial Times. Na ocasião, Sechin teria dito que o país da Península Arábica estava buscando um acordo sobre quotas de mercado com a Rússia, chegando inclusive a oferecer aos russos uma vaga na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
"Frustrada por falhas, as ofertas da Arábia Saudita são, na verdade, também uma indicação da forte posição da Rússia. Na mesma entrevista, Sechin disse que a estratégia dos EUA e de seus aliados para esmagar o mercado de petróleo saiu pela culatra", afirmou Salman Rafi.