A razão principal da conquista da cidade de Kunduz pelo Talibã, capital da província afegã com o mesmo nome, foi uma conspiração em que participaram oficiais afegãos de alto nível, opina o ex-chefe do Departamento de Segurança Nacional do Afeganistão Amrullah Saleh.
O ex-chefe da inteligência afegã afirmou que algumas centenas de militantes do Talibã não conseguiriam capturar as entradas bem protegidas da cidade, mas não deu nomes concretos dos alegados culpados.
Citando as suas fontes o ex-chefe da inteligência afegã confirmou as notícias sobre o envolvimento de forças antigovernamentais em casos de roubos e matanças de civis em Kunduz. "Mataram enfermeiras da maternidade local, foi um choque para as pacientes“, disse Saleh.
Entretanto, na terça-feira (29) os deputados do parlamento afegão criticaram de forma violenta as ações do governo central, acusando as autoridades de ignorarem há muito os problemas de segurança no norte do país. Os parlamentares também se manifestaram contra a chamada “quinta coluna” que permitiu aos militantes islamistas conquistar a cidade de Kunduz.
Na terça-feira (29), as tropas norte-americanas que permanecem no Afeganistão realizaram ataques aéreos contra militantes talibãs na cidade, matando pelo menos 160 deles, mas ainda não conseguiram expulsá-los de Kunduz. À noite, os talibãs realizaram um ataque sem êxito contra o aeroporto, que está sob o controlo das forças governamentais, informa a TOLO News. Em resultado do ataque, os militantes talibãs sofreram perdas significativas, disse o oficial de alto nível da província de Kunduz Faiz Mohammad Amiri.
Segundo os relatos da mídia e da polícia, dezenas de combatentes e civis foram mortos durante a ofensiva.
A situação é instável no Afeganistão desde há uma década e meia, quando, em 2001, a OTAN (junto com os EUA) interferiu na guerra civil. Em 2015, houve vários anúncios de retirada do contingente militar dos EUA e da OTAN. Mais recentemente a pasta da Defesa estadunidense mostrou vacilação sobre se as tropas americanas permanecem ou abandonam o país.