Abbas declara que abandonará tratados de paz com Israel em discurso na ONU

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (AP), Mahmoud Abbas, declarou durante a 70ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que a entidade deixará de seguir legalmente os tratados assinados com Israel.

Entre os pactos, está o Tratado de Oslo, de 1993 e de 1995, que constituíram a AP nos territórios palestinos e preveem uma solução de dois Estados. Abbas afirmou que a AP está abandonando o Tratado, pois Israel falhou em implementá-lo. 

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"Nós declaramos que não podemos continuar ligados a esses acordos e que Israel deve assumir todas as suas responsabilidade como a força ocupante, porque o status quo não pode continuar", disse Abbas. 

Abbas, ao citar as contínuas atividades dos assentamentos israelenses e a falha em libertar prisioneiros palestinos, afirmou que a AP "começará a implementação dessa declaração de maneira pacífica e legal". 

Abbas foi muito claro ao condenar o que chama de violações de Israel durante os mais de 20 anos do Tratado de Oslo. 

"Israel destruiu as fundações nas quais os acordos políticos e de segurança foram baseados", ele disse. "Ou a Autoridade Nacional Palestina será a condutora do povo palestino da ocupação à independência, ou Israel, o poder ocupante, deve arcar com suas responsabilidades". 

Abbas declarou que a situação atual é insustentável. Os palestinos precisam de "esperanças genuínas" e enxergarem "esforços de verdade para acabar com esse conflito, acabar com sua difícil situação e conquistarem seus direitos", declarou. 

De acordo com alguns analistas, na declaração de Abbas não foi citado nenhuma medida de fato, como suspender a cooperação de segurança com Israel ou desmantelar a AP.

"Eu não acho que isso terá alguma consequência prática", disse Ghassan Khatib, analista político palestino. "O que ele fez foi expressar uma frustração e alertar a comunidade internacional de que a atual situação não é sustentável". 

O segundo Acordo de Oslo, assinado em 1995 por Itzhak Rabin, Yasser Arafat e testemunhado pelo então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, estipulou que uma total independência para a Palestina e o fim da ocupação militar por Israel ocorreriam em 1999. Ao mesmo tempo, instituiu três áreas na Cisjordânia para um governo de transição. 

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A Área A, cerca de 3% do território da Cisjordânia, foi colocado sob o comando da Autoridade Nacional Palestina. Aos cidadãos israelenses não é permitida a entrada na região e é proibida a construção de assentamentos em qualquer área da Cisjordânia.

A Área B, cerca de 25% da Cisjordânia, está sob o controle civil da AP e a segurança é realizada em conjunto pelas forças do exército de Israel e pela polícia palestina. A Área C, cerca de 70% da Cisjordânia, é controlada totalmente por Israel.

De acordo com o processo do Tratado de Oslo, Israel deveria ter se retirado em 1999 de partes das áreas B e C, que constituem 60% da Cisjordânia, disse Abbas. Essa retirada nunca ocorreu. 

Ao contrário, Israel "intensificou a construção de assentamentos por toda a Cisjordânia", declarou Abbas, destruindo a possibilidade de uma solução de dois Estados.

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