"Ele [o presidente dos EUA, Barack Obama] me disse que assinou uma ordem executiva sobre a entrega de novas armas para a Ucrânia, que nós precisamos desesperadamente, uma vez que se trata de armamento defensivo, complexos de radares de longo alcance contra baterias que nos permitirão aumentar a capacidades de defesa do exército ucraniano", disse Poroshenko.
"O principal resultado é que saímos de um regime de cessar-fogo, após a retirada das tropas, o reforço do papel da OSCE, (…) para um regime de armistício [em Donbass]", afirmou.
"Caso as eleições [no Leste da Ucrânia] forem conduzidas adequadamente, caso elas sejam bem organizadas de acordo com os critérios do [Gabinete para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE], caso estejam presentes a imprensa ucraniana, partidos ucranianos, caso as eleições sejam reconhecidas por observadores internacionais, então eles vão eleger aqueles com quem nós iríamos restaurar o país ", acrescentou Poroshenko.
As autoproclamadas repúblicas populares têm afirmado repetidamente que a decisão de realizar eleições independentemente de Kiev foi feita depois que o governo ucraniano passou a adotar uma lei sobre eleições locais sem consultar as autoridades de Donetsk e Lugansk, o que contradiz os acordos de paz de Minsk.
Desde abril 2014 as Forças Armadas ucranianas têm travado uma guerra contra os apoiantes da independência em Donbass que rejeitaram a legitimidade do regime de Poroshenko, na medida em que foi imposta por um golpe de Estado.
"Este processo [de implementação dos acordos de Minsk] não é de décadas, é um processo que deve ser concluído antes do final do ano. Se todos nós trabalharmos para assegurar que eles [os acordos] sejam implementadas, eles serão executadas antes do fim do ano ", disse o presidente da Ucrânia, acresentando que Kiev, assim como Paris e Berlim, se opõe a quaisquer mudanças nos acordos.
Ao que tudo indica, porém, a ideia que Poroshenko faz de um processo de reconciliação pacífica não prescinde das armas. Mais especificamente, das “novas armas” norte-americanas, que ele tão “desesperadamente” precisa.