“A posição da Rússia, Irã, Iraque e depois da própria Síria em relação à questão da regularização do conflito, ao contrário da assim chamada coalizão internacional, sempre havia sido pacífica e baseada em métodos diplomáticos de regularização. Mas, após a propagação de intrigas e conspirações do Ocidente, a destruição de praticamente metade da República Árabe da Síria, surgiu uma necessidade imperiosa de o Irã, Rússia, Iraque e Síria levarem a ações resolutas… Não duvido que a existência de uma união tão forte na região será decisiva na luta contra o terrorismo, mesmo se no caminho houver algumas dificuldades por parte de outros jogadores árabes da região e os seus aliados (EUA)”.
Seyed Hadi Afghahi, cientista político, diplomata e ex-funcionário da embaixada iraniana no Líbano, também compartilhou a sua opinião à Sputnik:
“Todos os serviços secretos militares da OTAN e dos EUA, através dos seus satélites e outros canais de comunicação, sabem quais os locais exatos onde a FA russa realiza ataques na Síria. Mas nunca faltam oportunidades de desacreditar o prestígio e o sucesso da operação aérea da Rússia aos olhos da comunidade internacional. Eles mesmos mentiam ao mundo inteiro e não conduziam uma luta séria contra o Estado Islâmico na região, mas sim realizavam ataques aéreos simbólicos e sem objetivo, alegadamente contra as posições de terroristas, para distrair a atenção. Isto não deu resultados. Ao contrário, o EI fortalece-se cada dia e vai crescendo. A ideologia e os adeptos deste grupo terrorista já chegaram à Europa. Isto nos diz somente que os EUA sofreram um fiasco total na luta contra o EI, ou então todas as declarações eram blefe e política de duplos padrões”.
“As tropas iranianas não estão presentes no território sírio, nós somente oferecemos ajuda consultiva militar, ensinamos tática de combate e ajudamos com armas. Mas, se por parte do governo da Síria houver um pedido para apoiar o país com homens armados, o Irã responderá a este pedido de ajuda sem hesitações”.
As autoridades e a mídia ocidental acusam frequentemente a Rússia de apoiar o regime de Bashar Assad, que eles chamam de autoritário. A Rússia, porém, diz que combate o terrorismo e que o destino da Síria somente deve ser decidido pelo povo sírio. Mosayeb Naimi concorda com a postura russa:
“Se a Síria conseguir livrar completamente todo o seu território de invasores, o próprio povo sírio deverá decidir o destino do seu país. O próprio Bashar Assad tem a mesma postura… A intervenção da Rússia na crise síria limita-se a tentar pôr fim ao estado de terror ilegal criado pelo Ocidente que, com o seu crescimento, pode tornar-se uma grande ameaça para toda a região no futuro próximo”.
Vale lembrar que a Rússia iniciou sua ofensiva aérea contra as posições do grupo terrorista Estado Islâmico na Síria na quarta-feira (30) em resposta a um pedido oficial de ajuda militar apresentado por Damasco.
Os alvos dos ataques são escolhidos com base nos dados de reconhecimento russo e sírio, inclusive através de reconhecimento aéreo. Segundo o Ministério da Defesa russo, o equipamento dos aviões russos permite atingir alvos do Estado Islâmico em todo o território sírio com “precisão absoluta”.
O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que foram realizados ataques aéreos do exército sírio, apoiados pelas forças aeroespaciais russas, contra organizações terroristas armados, e não fações da oposição política ou civis.