Baseando-se numa matéria do jornal internacional árabe Al-Hayat, o artigo do site analítico What They Say About USA (O que dizem sobre os EUA), publicado nesta quarta-feira (7), analisa os resultados do programa norte-americano de treinamento dos combatentes na Síria.
“Este programa foi mal sucedido desde o início porque os EUA não podiam colocar condições que obrigassem os homens treinados a combater somente o Estado Islâmico, se abstendo de atacar as forças de Assad, porque os EUA não querem eles próprios remover o atual regime sírio com uma solução militar, eles querem travar uma guerra por procuração contra o EI.”
O programa tinha problemas logo desde o início, segundo o artigo:
“Os primeiros obstáculos ao programa do Pentágono surgiram nos primeiros meses, quando os recrutas ameaçaram se retirar do treinamento quando lhes disseram para assinar um compromisso em que se afirmava que só lutariam contra o Estado Islâmico, e não contra as forças de Assad ou outros grupos de oposição.”
Parece que os estadunidenses não compreendem que não é possível controlar um dos elementos do caos: não é possível escolher um grupo armado e ordenar-lhe que combata somente contra um lado, porque numa guerra civil todos lutam contra todos. A única coisa que pode ser feita é comunicar com o governo legítimo numa tentativa de buscar uma solução do conflito, mesmo se não gostas deste governo como é no caso de Bashar Assad e os EUA.
Only 9 US-trained militants active in Syria under the Pentagon’s $500 million program http://t.co/6jw6DqYRxO pic.twitter.com/gk2nWy8wHE
— Press TV (@PressTV) 19 сентября 2015
Além disso, o caráter moderado da oposição síria apoiada pelos EUA também é duvidoso. Assim, o porta-voz do Departamento de Defesa Peter Cook em setembro manifestou que “não está claro o local onde se encontram os rebeldes sírios que participaram do programa dos EUA de treinamento e equipamento para que lutassem contra o Estado Islâmico”.
“Os EUA falharam porque a política de duplos padrões que usam todo o tempo para abordar situações delicadas na região contribui para o aumento do sectarismo e estimula regimes repressivos a derramar mais sangue e a destruir áreas residenciais com bombas de barril”, conclui a edição What They Say About USA.