O Acordo de Parceria Trans-Pacífico (TPP) foi negociado em segredo entre os Estados Unidos e 11 países da Ásia e do Pacífico – Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.
Primeiramente, este acordo é um movimento convergente com as políticas neoliberais que assumiram grande preponderância a partir dos anos 1970-80, depois de um longo período de predomínio de políticas não liberais (desenvolvimentistas e/ou socialistas) desde a crise de 1929. Tal acordo tende a reforçar a desregulamentação dos mercados e, com efeito, as desigualdades sociais e internacionais. Assim, fica exposta de forma evidente outra cisão entre, de um lado, o modelo norte-americano centrado na retórica do livre-mercado e, de outro, o modelo sino-russo de valorização do papel do Estado no desenvolvimento.
Segundo, deve-se reconhecer que os países que se associaram à iniciativa norte-americana já estão sob sua própria órbita diplomática e comercial, limitando sua intenção de projetar poder para a região através desse acordo.
Em suma, os Estados Unidos estão costurando uma iniciativa que, em parte, representa “pregar para convertidos”, e a vendem como a ampliação de sua projeção comercial. Mas é preciso reconhecer que, mesmo sem a mesma repercussão da mídia, as iniciativas chinesas e russas têm ampliado de forma muito mais consistente a projeção sobre esse espaço estratégico. A disputa geoeconômica e geopolítica – porque é disso que se trata – continua…