Daniel Scioli tem percorrido diversos países da América Latina, em especial os da América do Sul, com o objetivo de estreitar relações com os chefes de Estado e de Governo.
No mês passado, o ex-Presidente Lula visitou o candidato e a Presidente Cristina Kirchner em Buenos Aires.
Para o professor de História e Relações Internacionais da Unilasalle e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rafael Araújo, como Daniel Scioli é o favorito para vencer as eleições e suceder Cristina Kirchner, a visita ao Brasil faz parte de um processo para legitimar a sua candidatura com o apoio dos países da América do Sul.
“Na realidade, com essa série de visitas ele busca construir uma legitimidade sul-americana em torno de sua candidatura. A própria visita de Lula a Buenos Aires no início de setembro teve esse caráter, dar um respaldo a Scioli. O ex-Presidente Lula esteve lá juntamente com Evo Morales (presidente da Bolívia), e havia a questão do apoio que Scioli buscou junto a Rafael Correa (presidente do Equador). E agora, na terça-feira, 13, com Dilma, veremos a tentativa de Scioli se afirmar com uma imagem de continuidade em relação ao kirchnerismo, tanto do ponto de vista interno, quanto do ponto de vista internacional.”
“A visita dele ao Brasil indica uma possível continuidade das diretrizes internacionais da Argentina para a América do Sul, e neste caso a parceria com o Brasil é estratégica e fundamental. De fato, ele tenta com isso mostrar para o eleitor argentino que ele, enquanto candidato oficial, não só tem o respaldo dos vizinhos sul-americanos mas vai continuar com as diretrizes políticas que Cristina e Nestor Kirchner estabeleceram no âmbito internacional.”
O Professor Rafael Araújo estima que Daniel Scioli deverá realmente ser o vencedor das eleições à Presidência da Argentina. A única dúvida é se ele já vai sair vitorioso no primeiro turno, que é o que Scioli está tentando garantir com essas visitas e participações em eventos, ou só no segundo, em novembro. O maior adversário de Scioli é até o momento o empresário e político de centro-direita Mauricio Macri, chefe do Governo de Buenos Aires.