A diretora médica do Laboratório Sanofi Pasteur, Dra. Sheila Homsani, explicou em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil que o procedimento da CTNBio é algo padrão, como parte de um protocolo em que se verifica a segurança da vacina.
“Isso faz parte de uma rotina normal, toda a documentação, todas as informações referentes à segurança dessa vacina para a CTNBio, que é o órgão que avalia a segurança desse material biológico”, diz a Dra. Homsani. “Uma parte dessa vacina é do vírus da vacina da febre-amarela, e um pedacinho de cada um dos quatro vírus da dengue, o vírus 1, 2, 3 e 4. A CTNBio, que avalia a segurança dessa vacina, que chamamos de recombinante, porque ela combina duas vacinas, tem o objetivo de mostrar que essa recombinação não faz mal para o meio ambiente, para as pessoas. Esse passo foi muito importante, porque afirma que essa é uma vacina segura do ponto de vista biológico.”
Depois da qualificação da CTNBio, Sheila Homsani diz que é preciso agora obter a aprovação da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para que o Brasil tenha a vacina contra a dengue.
“Desde 31 de março, a Anvisa está avaliando toda a documentação dessa vacina, que conta toda a história dela, desde que ela nasceu, onde vai ser produzida, tudo. E a gente espera ter essa resposta até o final do ano, início do ano que vem. Com a aprovação da Anvisa, aí, sim, a gente pode trazer a vacina para o Brasil.”
“A vacina é para proteger contra a dengue, mas quem já teve dengue uma vez na vida pode tomar, e deve tomar, porque essa vacina mostrou que para quem já teve pelo menos um caso de dengue a resposta ainda é muito melhor.”
Sobre os custos para a população para se imunizar contra a dengue, a médica disse que ainda não há um valor estipulado, pois ainda vai ser definido pela Câmara de Medicamentos após a aprovação da Anvisa.
O Instituto Butantan, em São Paulo, também está produzindo uma vacina para combater a dengue. Atualmente, o Butantan aguarda resultados da segunda etapa de testes, quando as pessoas são vacinadas para testar a eficácia do produto. O Instituto solicitou à Anvisa autorização para entrar na fase 3 de testes, que amplia a abrangência da pesquisa. A previsão é de que a vacina seja aplicada em cerca de 20 mil indivíduos das 27 unidades da Federação. O imunizante brasileiro também prevê eficácia contra os 4 tipos de dengue e usa a estrutura do próprio vírus da doença.