Na véspera, o governador de Okinawa, Takeshi Onaga, anunciou oficialmente o cancelamento da autorização para a transferência da base militar dos EUA para a área de Henoko, emitida pelo seu antecessor.
Um representante do Partido Democrático de Okinawa, Masaki Hanashiro, comenta em entrevista à Sputnik a razão de Takeshi Onaga ter tomado a decisão de revogar a licença de construção, desafiando assim Tóquio e Washington.
"No ano passado foram realizadas as eleições do governador de Okinawa e as eleições para a câmara baixa do Parlamento japonês. Não pararam as discussões com os representantes do Partido Liberal-Democrático sobre a questão da construção da base aérea em Henoko. Esta questão tem causado uma onda de protestos, na sequência dos quais o governador Takeshi Onaga foi eleito. No seu discurso na ONU, o governador respeitou a vontade do povo e o discurso foi direto. Até agora, mais de 70 anos após a guerra, a Prefeitura de Okinawa tem sido um lugar de instalações especializadas e da base aérea militar norte-americana. Alegadamente, expressando a vontade do povo de Okinawa, o governo japonês enfatizou no país que "os EUA não reconhecem muito", e nos EUA alegou que era "um problema interno do Japão". Não sabendo como resolver a questão da vontade do povo, o problema foi constantemente deslocado de um ombro para o outro. Devido a isso, o povo de Okinawa começou a sentir uma sensação de impotência e perdeu a confiança em si mesmo".
O discurso reforçou os que estão contra o deslocamento da base de Futenma dentro da ilha de Okinawa mas não fez com que Washington e Tóquio desistissem dos seus planos. Takeshi Onaga fez uma coisa sobre a qual avisou repetidamente: retirou a permissão de realizar trabalhos de construção, que são necessários para deslocar a base. Agora os militares japoneses têm de suspender trabalhos e o conflito de interesses de Okinawa e Tóquio será resolvido em tribunal. É provável que a decisão seja a favor de Okinawa. Em caso algum, o processo de deslocamento será travado.